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Ibovespa cai puxado por Vale, mas fecha semana em alta

Com IBC-Br fraco e incertezas sobre cenário externo, investidor opta por venda de ações

Ibovespa: índice cai 1,11%, mas fecha semana em alta de 0,54% (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Ibovespa: índice cai 1,11%, mas fecha semana em alta de 0,54% (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 14 de fevereiro de 2020 às 18h48.

Última atualização em 14 de fevereiro de 2020 às 19h37.

São Paulo - O Ibovespa caiu 1,11%% no pregão desta sexta-feira (14) e encerrou em 114.380,71 pontos. Apesar da queda, o principal índice da B3 registrou alta semanal de 0,54%. No radar dos investidores, esteve a divulgação do IBC-Br de dezembro, que apontou retração da atividade econômica brasileira de 0,27% no período. O resultado, embora de acordo com as estimativas, confiram a percepção negativa do mercado.

“A fraqueza dos números econômicos mostra que a economia não está esse céu de brigadeiro”, comentou Glauco Legat, analista da Necton Investimentos. 

Também pesaram sobre os negócios na B3 as dúvidas relacionadas ao coronavírus, que deixaram parte do mercado financeiro mais defensivo às vésperas do feriado prolongado nos Estados Unidos, que irá celebrar o Dia dos Presidentes na próxima segunda-feira (16).

Na quinta-feira (13), a China mudou o método de contagem dos casos de coronavírus, provocando um aumento acentuado dos números de infectados e mortos, que já chegam a 64,47 mil e 1.384, respectivamente.

“Tem gente esperando um número maior de casos de coronavírus e, com o feriado de segunda-feira [nos EUA], estão vendendo para não ficarem posicionado”, disse Adriano Candreva, sócio da Portofino Investimentos. Com o mercado americano fechado, a tendência é a de que as bolsas do mundo do todo tenham menor liquidez. 

“O mercado americano fechado é sempre ruim”, afirmou Jefferson Laatus, estrategista-chefe e fundador do Grupo Laatus. Segundo ele, o mercado alimenta alta expectativa sobre a reabertura das fábricas chinesas, que ainda não voltaram totalmente à ativa desde o surto da doença. “Se elas não abrirem na segunda, o mercado não vai ter um norte. Fica bem complicado se manter posicionado com esses riscos”, disse.

Com o cenário de incertezas lá fora, ações com alta liquidez e de empresas com maior dependência do ambiente externo se desvalorizaram. Com grande peso no Ibovespa, os papéis da Vale puxaram a queda do principal índice da B3, recuando 2,19%. Na sessão, as siderúrgicas de menor porte tiveram desvalorizações ainda mais bruscas, com Gerdau, Usiminas e CSN recuando 3,21%, 4,35% e 2,54%, respectivamente.

Os papéis da Petrobras foram na contramão do preço do petróleo e também não contribuíram. Apesar da commodity ter se valorizado pouco mais de 1%, as ações ordinárias da estatal recuaram 0,97% e as preferenciais, 1,01%.

O setor financeiro foi outro a ter um dia negativo na Bolsa. Os grandes bancos, que acumulam perdas expressivas em 2020, caíram mais uma vez. Nesta sexta, Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil tiveram respectivas perdas de 1,69%, 2,25%, 2,70% e 1,91%. 

O banco de investimentos BTG Pactual também teve um dia negativo, recuando 4,24%, após a divulgação do balanço do quarto trimestre de 2019. No ano, o lucro líquido ajustado da instituição financeira ficou em 3,83 bilhões de reais, 39,8% acima do registrado em 2018 e em linha com as expectativas. 

“O balanço até veio positivo, mas como subiu muito no ano passado, teve muita gente realizando lucros”, disse Laatus. Em 2019, as ações do BTG Pactual subiram 231,72% - a maior alta do Ibovespa no ano.

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