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Ibovespa cai com receios e números ruins vindos da Europa

Alemanha cresce menos que o esperado e decepciona; Petrobras caí após revelar seus números

Ibovespa registra queda de 22% em 2011 (Germano Lüders/EXAME)

Ibovespa registra queda de 22% em 2011 (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2011 às 12h13.

São Paulo – Assim como os principais mercados ao redor do mundo, o Ibovespa opera no terreno negativo nesta terça-feira (16). O principal índice da bolsa brasileira caía 1,7% na mínima deste pregão, aos 53.699 pontos.

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) abaixo do esperado na zona do euro jogou um balde de água fria nos investidores, recolocando a aversão ao risco nos negócios. A Alemanha cresceu apenas 0,1% no período, ante projeção de +0,4%, mostrando que a maior economia do bloco também patina. O PIB da Espanha teve avanço de 0,2%, abaixo do 0,3% de crescimento verificado entre janeiro e março, enquanto a economia portuguesa apresentou contração de 0,9%, repetindo o desempenho do primeiro trimestre.

Todos os olhos se voltarão para a entrevista à imprensa que deverá ser concedida por Merkel e Sarkozy às 13h30 (de Brasília), em seguida a uma reunião na qual espera-se que eles discutam a recente turbulência econômica na zona do euro e uma integração fiscal mais forte entre os países do bloco.

Ainda lá fora, a agência de classificação de risco Fitch reafirmou hoje a nota AAA da dívida de longo prazo dos Estados Unidos, com a perspectiva estável. No início deste mês, a Standard & Poor’s rebaixou do país para AA+, citando que “a estabilidade e a previsibilidade das instituições políticas e formuladoras de políticas dos EUA enfraqueceram”.

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Petrobras

O mercado também repercute hoje os recentes números da Petrobras (PETR3; PETR4). As ações ordinárias da estatal apresentavam queda de 1,8% na mínima do dia, negociadas a 22,88 reais. Já as preferenciais, mostravam desvalorização de 1,6%, ao preço de 20,64 reais.

A estatal apresentou lucro líquido de 10,9 bilhões de reais no segundo trimestre. O resultado é praticamente o mesmo do primeiro trimestre, quando a estatal lucrou 10,958 bilhões de reais. Já o lucro líquido no primeiro semestre alcançou 21,9 bilhões de reais, com um incremento de 37% sobre o mesmo período do ano passado.

O ebitda do primeiro semestre (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de 32,2 bilhões de reais. A cifra é 4% maior que a da comparação. De acordo com Almir Barbassa, diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, a receita de vendas cresceu 12% no primeiro semestre. O problema é que os custos subiram em ritmo maior, 16%, devido à necessidade de importar mais derivados. Por isso, o lucro bruto recuou 5%.

O resultado financeiro melhorou em relação ao primeiro semestre de 2010, segundo Barbassa. O que mais ajudou foi o câmbio, que contribuiu para um menor peso das dívidas atreladas ao dólar. Em compensação, como isso elevou os ganhos da empresa, a Petrobras precisou pagar 1,2 bilhão de reais a mais de impostos, ou 21% mais que na comparação.

JBS

O JBS (JBSS3) também revelou seus números. O frigorífico encerrou o segundo trimestre com um prejuízo líquido de 180,8 milhões de reais. No mesmo período de 2010, a empresa havia registrado um lucro de 3,7 milhões de reais.

Com baixa de 40,5% em 2011, as ações do JBS operam no terreno negativo. Na mínima, a queda era de 3,7, com papéis vendidos a 4,10 reais. A empresa responsabilizou a Pilgrim's Pride, unidade de frango da JBS, pelo prejuízo e também o fraco desempenho da unidade de carne bovina nos Estados Unidos.

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de 587,7 milhões de reais. O valor indica uma queda de 41,2% em relação a 1 bilhão de reais no segundo trimestre de 2010. A receita líquida no trimestre atingiu 14,6 bilhões de reais – um crescimento de 3,6% na comparação anual.

Marfrig e Brasil Foods

Apontada como candidata natural à compra dos ativos da Brasil Foods (BRFS3) colocados à venda por determinação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), a Marfrig (MRFG3) Alimentos confirmou ontem que estuda o negócio, informa reportagem do jornal Folha de S. Paulo. "Estou pensando ainda. Não posso falar a posição da empresa, mas estudamos as unidades", disse Marcos Molina, presidente da Marfrig, dona da marca Seara.

As ações do Marfrig caíam 4,2%, valendo 8,84 reais. No ano, os papéis mostra uma desvalorização de 41,5%. Já as ações da Brasil Foods mostrava leve baixa, após registrar uma desvalorização de 1,6%, valendo 29,03 reais.

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