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Goldman aumenta aposta em ações prejudicadas pela pandemia de olho em recuperação

Expectativa de reabertura das economias faz banco optar por papéis de setores enfraquecidos, como viagens e commodities

O Goldman Sachs estima, que todas as dez maiores economias do mundo crescerão 
em 2024 (Getty Images/Getty Images)

O Goldman Sachs estima, que todas as dez maiores economias do mundo crescerão em 2024 (Getty Images/Getty Images)

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Beatriz Quesada

Publicado em 1 de março de 2021 às 14h10.

Última atualização em 1 de março de 2021 às 15h40.

(Bloomberg) O estrategista-chefe de renda variável global do Goldman Sachs diz que o mercado tem subestimado o potencial da recuperação econômica neste ano, e que ações de valor e cíclicas mais baratas serão as maiores vencedoras dessa retomada.

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“A tendência subjacente é bastante clara: estamos entrando em um período de crescimento global muito sincronizado”, disse Peter Oppenheimer, do Goldman, em entrevista à Bloomberg TV, acrescentando que espera crescimento global de 6,5% neste ano em meio a políticas monetárias e fiscais de apoio, bem como ao aumento dos preços das commodities. “Essas condições ainda são muito favoráveis para cíclicas e valor.” Para ele, ainda há espaço para ganhos.

A semana passada foi de perdas para os índices acionários globais, quando investidores se desfizeram de papéis mais caros, como ações de tecnologia, em meio a preocupações com o aumento dos rendimentos dos títulos públicos. No entanto, o recuo dos ativos de risco não durou muito, e investidores começaram a comprar papéis baratos na sexta-feira. O foco nesta semana migrou para o otimismo com a rápida vacinação e planos de reabertura da economia.

O desempenho de ações mais baratas, ou de valor, superou empresas com forte crescimento em fevereiro. O índice MSCI World Value subiu 4,5% em contraste com ganho de apenas 0,3% para o indicador MSCI World Growth. Oppenheimer, do Goldman, disse que há potencial de alta para apostas na reabertura, como em viagens e lazer, bebidas, bancos, setores de commodities e infraestrutura de transporte.

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“Essas são áreas que ainda parecem baratas e podem se beneficiar muito com o tipo de forte retomada do crescimento que esperamos a partir de meados do ano, motivada pela distribuição mais rápida de vacinas, especialmente no Reino Unido, nos EUA”, disse. Altos níveis de poupança devem se traduzir em forte aumento do consumo à medida que as restrições forem flexibilizadas, acrescentou.

Ao mesmo tempo, o Goldman ainda gosta de algumas empresas de tecnologia, mas observa que há menos espaço para melhora das estimativas, já que esses vencedores da pandemia são mais vulneráveis em termos de valuations, rendimentos de títulos mais altos ou curva de rendimento mais inclinada, disse Oppenheimer.

Sobre a onda vendedora no mercado de títulos, Oppenheimer disse que investidores de ações vão agora observar a velocidade, o nível e a razão por trás do aumento dos rendimentos. Um aumento de 40 pontos-base dos rendimentos dos títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA em um mês pode levar a retornos negativos no mercado de ações. disse. Mas, normalmente, o aumento das taxas e expectativas de inflação são positivos para as ações, porque reduzem o risco implícito de recessão e deflação, disse Oppenheimer.

“Se for um movimento gradual, acho que as ações podem ter um desempenho muito bom em termos de valor e cíclicos também. Se for uma mudança muito rápida, começaremos a ter problema”, disse Oppenheimer. “Mas, se for um aumento dos juros nominais e pontos de equilíbrio refletindo uma confiança mais forte no crescimento e na inflação, isso é muito mais positivo.”

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