Invest

Gestoras globais enfrentam barreiras para crescer na China

Empresas expressaram frustração com as limitações enfrentadas bem como com a falta de incentivos fiscais para atuar no país

Empresas domésticas continuam a dominar o mercado o chinês (Aly Song/Reuters)

Empresas domésticas continuam a dominar o mercado o chinês (Aly Song/Reuters)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 18 de janeiro de 2021 às 16h39.

(Bloomberg) Gestoras de ativos globais enfrentam desafios para ganhar terreno na indústria chinesa de hedge funds, de 3,74 trilhões de yuans (578 bilhões de dólares), apesar de mudanças de políticas há muito esperadas para dar aos estrangeiros mais canais para investir.

Quer entender como o avanço da China vai impactar os seus investimentos? Conte com a assessoria especializada do BTG Pactual Digital

Em novembro, a China ampliou o acesso para mais de 400 instituições estrangeiras, como UBS e Citigroup, o que permitiu o investimento por meio de fundos de valores mobiliários privados, a versão local dos hedge funds. Investidores globais esperavam que um novo canal de captação de fundos desse rápido impulso às suas empresas locais em dificuldades e muitos começaram a reforçar a equipe logo após reguladores sinalizarem a flexibilização em 2019, disse Eric Zhu, responsável por serviços financeiros da empresa de recrutamento Morgan McKinley.

Mas a realidade não correspondeu às expectativas, e empresas domésticas continuam a dominar o mercado. Apesar da flexibilização das políticas, a maioria dos produtos de hedge funds existentes permanece fora do alcance para investidores institucionais estrangeiros qualificados e RQFIIs, seu equivalente com base na moeda local.

Empresas globais já haviam obtido permissão para injetar 227 bilhões de dólares na China continental antes que as cotas fossem eliminadas para incentivar mais ingressos, mas grande parte dessa capacidade permanece inexplorada pelas unidades locais de gigantes como a Bridgewater Associates. Além disso, investidores chineses estão mais familiarizados com as marcas e o histórico de empresas domésticas, como a Shanghai Greenwoods Asset Management e a Perseverance Asset Management.

Em reunião recente com reguladores, gestoras globais expressaram frustração com as limitações enfrentadas bem como com a falta de incentivos fiscais, segundo pessoas com conhecimento do assunto, que pediram para não serem identificadas. No entanto, tiveram poucas garantias de uma maior flexibilização à frente.

O crescimento geral dos ativos nas unidades onshore dos investidores globais “provavelmente permanecerá lento nos próximos anos, mesmo que possa haver exceções”, disse Yin Tianyuan, responsável por pesquisa da Shanghai Suntime Information Technology.

Embora mais de 30 gestoras estrangeiras tenham se estabelecido, estão competindo com quase 9 mil rivais locais. Os hedge funds chineses também enfrentam frustrações. Aqueles que esperavam por mais negócios de investidores internacionais também ficaram desapontados depois que a flexibilização das políticas deixou a maioria dos produtos de hedge fund fora de alcance.

Empresas estrangeiras devem se concentrar mais na pesquisa, no desenvolvimento de produtos diferenciados e na entrega de retornos atraentes, disse Yin. “Na gestão de ativos, o desempenho é o único atalho.”

Acompanhe tudo sobre:BloombergChinaFundos de investimentoFundos hedgeGestores de fundos

Mais de Invest

Shutdown evitado nos EUA, pronunciamento de Lula e Focus: o que move o mercado

Mega da Virada pode chegar a R$ 1 bi em breve, diz CEO da Caixa Loterias

Onde investir em 2025: O ano dos Estados Unidos

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal