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Geithner defende câmbio chinês orientado ao mercado

Washington - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, disse hoje que os EUA irão atrasar o envio do relatório para o Congresso sobre a política de câmbio da China, mas afirmou que o país asiático está apoiando-se em "intervenção na moeda" e precisa mover-se para uma "taxa de câmbio mais orientada para […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

Washington - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, disse hoje que os EUA irão atrasar o envio do relatório para o Congresso sobre a política de câmbio da China, mas afirmou que o país asiático está apoiando-se em "intervenção na moeda" e precisa mover-se para uma "taxa de câmbio mais orientada para o mercado".

Em um comunicado escrito, Geithner citou uma série de encontros de alto nível entre a China e os EUA ao longo dos próximos três meses como razão para o atraso. Os encontros, disse ele, "são a melhor via para o avanço dos interesses dos EUA neste momento".

O Tesouro deveria divulgar seu relatório semestral ao Congresso sobre políticas cambiais de seus principais parceiros comerciais em 15 de abril. Um número crescente de congressistas tem solicitado à administração que rotule a China de manipulador de moedas, dizendo que Pequim desvaloriza, de propósito, o yuan para dar às suas exportações vantagem competitiva no mercado global.

Os congressistas afirmam que essa prática tem contribuído para os grandes déficits comerciais norte-americanos com a China e tem custado postos de trabalho aos EUA.

O comunicado cuidadoso de Geithner não rotulou a China de manipulador, mas utilizou linguagem forte sobre o papel do país no controle da moeda. "A manutenção da paridade do câmbio tem demandado um volume crescente de intervenção na moeda". "Além disso, a taxa de câmbio não flutuante da China tem dificultado que outras economias emergentes deixem suas moedas apreciar. Um movimento pela China em direção a uma taxa de câmbio mais orientada ao mercado irá representar uma contribuição essencial ao reequilíbrio global", completou o secretário.

Os representantes norte-americanos têm dito que os chineses indicaram comprometimento em permitir que o yuan se aprecie e que o atraso na divulgação do relatório irá permitir mais negociações produtivas. Na sexta-feira, Geithner afirmou, em entrevista a uma rede de televisão, que estava "bastante confiante" que a China iria mexer na moeda.

O presidente da China, Hu Jintao, anunciou esta semana que iria acompanhar o encontro de segurança nuclear, nos EUA, com o presidente Barack Obama, em 12 e 13 de abril, dias depois da data em que estava programada a divulgação do relatório do Tesouro norte-americano.

A China e os EUA têm uma agenda com uma série de diálogos ao longo dos próximos meses, incluindo o encontro dos ministros das Finanças dos países do G-20 este mês e em junho e o Diálogo Econômico e Estratégico EUA-China, em Pequim, em maio. As informações são da Dow Jones.

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