Wall Street: gastos públicos não compensam queda de investimentos privados nos EUA (fotog/Getty Images)
Repórter
Publicado em 24 de novembro de 2023 às 11h16.
Os estímulos trilionários do presidente Joe Biden não estão compensando a queda de investimentos do setor privado nos Estados Unidos. Isso é o que ressalta o economista Tan Kai Xian em novo relatório da casa de análise Gavekal Research.
A representatividade dos investimentos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 7% para 5,6% desde o primeiro trimestre de 2021, quando Biden assumiu a presidência dos Estados Unidos. Pouco após tomar posse, Biden anunciou um plano de US$ 2 trilhões.
"Mas não houve um boom de investimentos", afirmou Kai Xian.
A explicação para a queda do nível de investimentos dos Estados Unidos é explicada principalmente pela contração do setor privado, que colocou o pé no freio.
Fatores cíclicos tem minguado os investimentos privados. O economista cita a alta da taxa de juros como fator preponderante, por estreitar os os retornos das empresas em relação ao capital investido e tornar mais caros os financiamentos.
Kai Xian ainda pontua que as fontes de financiamento dos Estados Unidos estão "secando devido às condições econômicas. O terceiro fator, afirmou, é a menor confiança de entre aqueles que "ponderam sobre grandes transações, seja nas salas de reuniões ou nas salas de estar".
Além dos desafios atuais, o economista aponta que o menor crescimento populacional dos Estados Unidos deverá manter os investimentos privados mais fracos no futuro.
Esses obstáculos, segundo Kai Xian, envolvem uma desaceleração da mão de obra durante a próxima década e a projeção de um ritmo mais brando de construção de novas casas.
"Projetos emblemáticos financiados pelo setor público atuam no sentido de excluir o investimento privado. Portanto, é pouco provável que se desencadeie um novo e admirável ciclo de investimento generalizado nos Estados Unidos"