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Ganho com crédito ou recessão: o dilema dos bancos com o juro alto

Resultados do primeiro trimestre de bancos americanos mostram ganhos maiores com empréstimos, ao mesmo tempo em que cresce o temor de recessão

Operadores na Bolsa de Nova York: resultados trimestrais de bancos trazem novas perspectivas para os investidores (Spencer Platt/Getty Images)

Operadores na Bolsa de Nova York: resultados trimestrais de bancos trazem novas perspectivas para os investidores (Spencer Platt/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 24 de abril de 2022 às 16h38.

Por Max Reyes, da Bloomberg

Os chefes de alguns dos maiores bancos regionais dos Estados Unidos veem riscos crescentes de uma recessão provocada pelos aumentos das taxas de juros do Federal Reserve, embora esse movimento deva elevar a receita de empréstimos.

Os formuladores de política monetária do Federal Reserve, o Fed, lutam para conter preços ao consumidor que subiram 8,5% em março na taxa em 12 meses, e o presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, disse na última semana que um aumento de meio ponto percentual na taxa de juros “estará na mesa” em maio.

Embora o aperto beneficie os bancos no curto prazo, aumentando os juros que cobram sobre empréstimos, os executivos dizem que existe o perigo de o banco central americano ser agressivo demais.

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“Pode ser difícil aterrissar a economia”, disse o CEO do Fifth Third Bancorp, Greg Carmichael, em entrevista. “No final de 2023, podemos estar em um estado de recessão.”

Enquanto isso, os negócios de empréstimos estão mais fortes. O crescimento de crédito no primeiro trimestre foi de 1,4% em média em relação aos três meses anteriores em um grupo dos maiores bancos americanos de capital aberto que divulgou resultados na última quinta-feira, dia 21, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Excluindo os saldos de empréstimos vinculados a um programa de proteção de salários e uma carteira de crédito de veículos vendida pela empresa, as concessões médias do KeyCorp cresceram 15% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior.

Isso ajudou a neutralizar a fraqueza na área de banco de investimento do credor sediado em Cleveland, algo que o CEO Chris Gorman atribuiu à volatilidade do mercado.

“Se você fosse fazer uma oferta pública inicial, não entraria deliberadamente em um mercado instável”, disse Gorman em entrevista.

No curto prazo, o credor espera ver os empréstimos para o ano inteiro aumentarem em torno de 15%, e outros bancos estão igualmente otimistas.

Previsão de alta nos empréstimos

O PNC Financial Services Group espera um crescimento médio de empréstimos de 10% para o ano inteiro, disse o diretor financeiro Robert Reilly a analistas e investidores.

Mesmo com perspectivas de empréstimos tão otimistas, os executivos estão cientes de que o quadro econômico pode piorar.

“Embora acreditemos que a economia esteja em bases sólidas no curto prazo”, disse o CEO da Truist, Bill Rogers Jr., em teleconferência com analistas, “os ventos contrários da incerteza geopolítica, juntamente com o ambiente inflacionário e a previsão agressiva para o aperto da política monetária, criam uma ampla gama de perspectivas econômicas à medida que avançamos neste ano e no próximo”.

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