Exame Logo

Gafisa busca apoio de estrangeiro para eleição de conselho

“Uma parte importante de nossos acionistas pode ficar de escanteio no processo,” disse o presidente da companhia, Alceu Duilio Calciolari

O comando da quinta maior empresa do setor imobiliário brasileiro por receita pode mudar de mãos (Germano Luders)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2012 às 17h52.

São Paulo - A Gafisa SA está buscando apoio de investidores internacionais, que detêm 57 % das ações da companhia, para seus candidatos ao conselho de administração, que serão escolhidos em assembleia na semana que vem.

“Uma parte importante de nossos acionistas pode ficar de escanteio no processo”, disse o presidente da companhia, Alceu Duilio Calciolari, em entrevista hoje. “A empresa pode mudar sem a opinião deles.”

Veja também

Investidores com cerca de 7 por cento das ações, incluindo a Polo Gestão de Recursos Ltda. e a Rio Bravo Investimentos, apresentaram outros candidatos para a eleição do conselho. As ações da companhia acumulam queda de 57 por cento nos últimos 12 meses.

O comando da quinta maior empresa do setor imobiliário brasileiro por receita pode mudar de mãos caso os investidores internacionais não apoiem as indicações dos atuais administradores, disse Calciolari. Esses investidores podem não estar totalmente informados sobre o processo de votação da assembleia, que será por voto múltiplo, disse ele.

A Polo indicou cinco novos membros ao conselho, incluindo Cláudio Andrade, sócio da administradora de recursos, segundo comunicado ao mercado enviado pela Gafisa dia 2 de maio. A Rio Bravo e a Funcef, fundo de pensão dos trabalhadores da Caixa Econômica Federal, indicaram outros candidatos.

"Surpreendente"

A Gafisa não comunicou ao mercado os questionamentos da Rio Bravo e da Funcef, que solicitaram a votação por voto múltiplo, disse Andrade.

“O que a Gafisa fez de não publicar, de não fazer um comunicado de que a votação seria por processo de voto múltiplo, é uma coisa totalmente surpreendente”, disse Andrade em entrevista por telefone do Rio de Janeiro. “Um dos problemas que tivemos foi a questão da transparência.”

A Rio Bravo, procurada pela Bloomberg News, disse que não iria comentar, segundo e-mail da assessoria de imprensa.


As empresas brasileiras não são obrigadas a enviar comunicado ao mercado, via Comissão de Valores Mobiliários, sobre voto múltiplo, disse a Gafisa em resposta a perguntas por e-mail. A empresa comunicou ao mercado quando recebeu um pedido público com precisão, segundo a companhia.

As ações da empresa caíam 3,6 por cento às 16:28 em São Paulo, enquanto o Ibovespa recuava 2,1 por cento. As ações acumulam queda de 9,5 por cento este ano, comparado a 7,3 por cento de alta do Ibovespa. Sua concorrente Cyrela Brazil Realty SA Empreendimentos e Participações tem alta de 6,7 por cento no ano.

A Gafisa teve prejuízo líquido de R$ 1,03 bilhão nos três últimos meses de 2011, comparado a uma perda de R$ 14,1 milhões no mesmo período do ano anterior, segundo dados consolidados divulgados em 10 de abril. No primeiro trimestre, os lançamentos totalizaram R$ 463,7 milhões, uma queda de 10 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com prévia dos resultados operacionais divulgada em 13 de abril.

A Gafisa disse que sua dívida líquida aumentou 32 por cento para R$ 3,24 bilhões no quarto trimestre.

“Nossa estratégia é de não tomar mais dívida”, disse Calciolari.

Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valoresConstrução civilEmpresasGafisa

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mercados

Mais na Exame