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Fortes vendas impulsionam ações da Renault

Forte desempenho vem em meio a sinais de tensões com o Estado francês, que está buscando aumentar seus direitos de voto no negócio


	Renault: a companhia também elevou sua projeção de crescimento no mercado europeu em 2015
 (Divulgação)

Renault: a companhia também elevou sua projeção de crescimento no mercado europeu em 2015 (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2015 às 09h44.

Paris - As ações da Renault subiram para uma máxima de sete anos nesta sexta-feira depois que vendas trimestrais acima das previsões ofuscaram sinais de tensões crescentes com o governo da França acerca de sua influência sobre a montadora.

As vendas saltaram 13,7 por cento para 9,39 bilhões de euros (10,14 bilhões de dólares) no período de janeiro a março, com uma recuperação no mercado automotivo europeu mais do que compensando o colapso da demanda na Rússia e economias emergentes fracas.

No entanto, o forte desempenho vem em meio a sinais de tensões com o Estado francês, que está buscando aumentar seus direitos de voto no negócio --algo que a Renault alertou que poderia colocar em risco a "sobrevivência e sucesso" de sua aliança com a montadora japonesa Nissan.

Duas pessoas com conhecimento do assunto disseram à Reuters na quinta-feira que o ministro francês da Economia, Emmanuel Macron, escreveu ao chefe da Renault, Carlos Ghosn, para defender a posição do governo.

Elas disseram que a carta de 21 de abril foi circulada no Conselho da Renault e interpretada por alguns como um alerta contra retaliações.

A Renault atribuiu a modelos recentes, incluindo o subcompacto Clio e o mini utilitário esportivo Captur, a alta de 9,9 por cento nos emplacamentos na Europa no primeiro trimestre que superou o mercado mais amplo.

A companhia também elevou sua projeção de crescimento no mercado europeu em 2015 para 5 por cento ante 2 por cento.

Às 9h30 (horário de Brasília), os papéis da companhia subiam 3,5 por cento a 96,910 euros, após alcançar 99,19 euros na sessão, o maior patamar desde dezembro de 2007.

Os emplacamentos da montadora no mundo tiveram crescimento mais modesto, de 0,8 por cento, contido por economias mais fracas na América do Sul e particularmente pela Rússia, onde os emplacamentos despencaram sob o peso de sanções internacionais e um rublo mais fraco e volátil.

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