Mercados

Fitch reduz perspectiva do rating da BRF, JBS e Marfrig

Alta nos preços dos grãos afeta o resultado das empresas e a situação deve se prolongar pelos próximos meses


	Desempenho da BRF, JBS e Marfrig será afetado pelos altos preços dos grãos
 (Agência Brasil)

Desempenho da BRF, JBS e Marfrig será afetado pelos altos preços dos grãos (Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de agosto de 2012 às 18h49.

São Paulo - Após resultados trimestrais abaixo do esperado, a Fitch revisou o rating da JBS, Brasil Foods e da Marfrig de estável para negativo. As empresas tiveram seus lucros afetados pelo aumento no custo de produção devido à forte seca dos Estados Unidos.
A seca no meio oeste americano afetou as áreas plantadas e reduziu as expectativas de produtividade das safras a números recordes, aumentando os preços internacionais do milho e da soja. 

Além dos preços mais altos, a Brasil Foods enfrenta também uma elevação temporária dos custos por conta da transferência de ativos e da suspensão de algumas de suas marcas, atendendo às exigências do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Com o desaquecimento da economia brasileira e o fraco desempenho dos mercados de exportação, a Brasil Foods terá de elevar os preços para acomodar inteiramente o aumento de seus custos.

A JBS apresentou resultados operacionais melhores em relação ao ano passado, mas ainda assim abaixo das expectativas da Fitch. Principalmente por conta do Ebitda negativo de 5 milhões de dólares de seu segmento de carne bovina nos EUA.

O segundo semestre do ano e 2013 deverão ser mais desafiadores, com os elevados preços do milho e da soja agravando a situação. Aproximadamente 30% das receitas da JBS são relacionadas a animais alimentados com milho.

A Marfrig é a menos dependente de animais alimentados com milho, tendo 17% de suas receitas diretamente relacionadas a animais alimentados assim, além de outros 50% de produtos que contém frango ou porco (alimentos processados). De acordo com a Fitch, a empresa terá que elevar os preços de seus produtos para conseguir acomodar seus aumentos de custos. No entanto, levando em conta a desaceleração da economia brasileira e a lenta recuperação de seu mercado de exportação, não será fácil.

Entre as empresas do setor, a Minerva é a única que não tem nenhuma parte das receitas relacionadas a grãos e por isso teve a perspectiva da classificação afirmada como estável. Aproximadamente 80% de suas receitas é proveniente do gado alimentado em pastos e a empresa se beneficia do ciclo positivo do gado no Brasil. Com bons resultados apresentados no primeiro semestre de 2012, a Fitch espera que eles continuem melhorando no restante do ano e em 2013.

Acompanhe tudo sobre:Agências de ratingAlimentaçãoAlimentos processadosBRFCarnes e derivadosEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasFitchJBSMarfrigMinerva FoodsSadia

Mais de Mercados

Eleição no Reino Unido não muda cenário para ativos e risco de crise é "muito alto", diz Gavekal

Americanas (AMER3): posição em aluguel na bolsa dobra no ano e representa mais de 30% do free float

Após eleições, Goldman Sachs eleva previsão de crescimento do Reino Unido

Ibovespa opera próximo à estabilidade de olho em dados do payroll nos EUA; dólar cai a R$ 5,48

Mais na Exame