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Fim da PPI na Petrobras, inflação ao produtor, ISM nos EUA, e o que mais move o mercado

Inflação ao produtor europeu sai abaixo do esperado e motiva altas em bolsas internacionais

Prates: lucro menor foi determinado pela queda nos preços internacionais do petróleo e do diesel no referido trimestre ante um ano atrás (Maria Magdalena Arrellaga/Bloomberg via/Getty Images)

Prates: lucro menor foi determinado pela queda nos preços internacionais do petróleo e do diesel no referido trimestre ante um ano atrás (Maria Magdalena Arrellaga/Bloomberg via/Getty Images)

Publicado em 3 de março de 2023 às 07h41.

Última atualização em 3 de março de 2023 às 07h55.

Bolsas internacionais operam em leve alta na manhã desta sexta-feira, 3, com investidores digerindo dados mais fracos do Índice de Preço ao Produtor (IPP) da Zona do Euro. Os dados, divulgados nesta manhã, serviram de alívio, após a inflação ao consumidor ter saído acima do esperado para o bloco nesta semana.

Inflação ao produtor da europeu

O IPP referente a janeiro teve forte queda mensal de 2,8% ante expectativa de 0,3% de deflação ao produtor. Com o resultado, o IPP anual recuou em quase 10 pontos percentuais, de 24,6% para 15%. O consenso de mercado era de uma queda para 17%. Bolsas da Europa e dos Estados Unidos se firmaram no campo positivo após a publicação dos dados.

Fala de Bostic

Também contribuem para a melhora de humor no exterior as falas do presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic. Em evento realizado na véspera, Bostic disse estar "muito firme" para uma alta de 0,25 ponto percentual na próxima decisão de juros do Fed, contrariando a crescente aposta de uma elevação mais agressiva, de 0,5 p.p. neste mês. Bostic, no entanto, afirmou que a taxa de juro terminal dos Estados Unidos poderá ser superior ao intervalo de 5% e 5,25%

ISM nos EUA

Índices americanos, que vinham de sua maior queda semanal desde dezembro, caminham para encerrar esta semana em alta, encerrando a sequência de três semanas seguidas de perdas. Mas o movimento pode depender dos números dos Índices de Gerente de Compras (PMIs, na sigla inglês) do ISM, que serão divulgados nesta sexta. São esperados números acima de 50 pontos, que divida a expansão da contração da atividade.

"Hoje, todos os olhos estarão voltados para o índice de serviços ISM dos EUA para o mês de fevereiro. O consenso está centrado em uma queda marginal de 55,2 para 54,5, o que confirmaria que a especulação sobre a recessão é muito prematura e continuaria a endossar a retórica agressiva do Fed. Um número abaixo de 50 é visto como bastante improvável e causaria uma redução significativa das apostas hawkish do Fed e provavelmente o início de uma nova queda do dólar", comentou Francesco Pesole, estrategista de câmbio do banco ING, em relatório.

Desempenho dos indicadores às 7h50 (de Brasília):

  • Dow Jones futuro (Nova York): + 0,08%
  • S&P 500 futuro (Nova York): + 0,16%
  • Nasdaq futuro (Nova York): + 0,16%
  • FTSE 100 (Londres): + 0,16%
  • DAX (Frankfurt): + 0,96%
  • CAC 40 (Paris): + 0,74%
  • Hang Seng (Hong Kong)*: + 0,68%

Agenda Brasil

No Brasil, a S&P irá divulgar o PMI de serviços, para o qual é esperada uma leve contração para o mês de fevereiro. Mas o principal dado do dia no país será o IPP, que será divulgado pelo IBGE às 9h.

Fim do PPI na Petrobras

Além dos dados econômicos, seguem no radar de investidores as alterações de políticas da Petrobras (PETR4). Em coletiva de imprensa realizada na véspera, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, deixou claro que a política de preços de paridade de importação (PPI) deixará de existir. Segundo ele, o PPI virou um "dogma", uma "abstração" e só beneficiava os concorrentes da Petrobras.

"A Petrobras vai praticar preços competitivos do mercado nacional, do mercado dela, conforme ela achar que tem que ser para garantir sua fatia de mercado", afirmou Prates.

Na véspera, as ações da Petrobras fecharam em queda de mais de 2%, mesmo após ter apresentado um forte resultado no quarto trimestre, que a colocou entre as dez empresas mais lucrativas do mundo.

A empresa também apresentou dividendos de R$ 35,8 bilhões, mas declarou a intenção de reter parte do que seria distribuído aos acionistas. Esse dinheiro seria destinado a uma "reserva estatutária", que, ao certo, ninguém sabe para que será usada. Segundo Prates, parte do valor poderá ser revertido em investimentos. Entre o passado recente de lucros e dividendos robustos e as incertezas sobre o futuro da Petrobras, o receio falou mais alto no último pregão.

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