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Executivos dos EUA ignoram risco de recessão e compram ações

Lideranças do S&P500 se comportam de maneira contrária aos investidores e vão às compras em momento de queda

S&P 500: Executivos de empresas do índice compram ações apesar de risco de recessão (Bloomberg/Getty Images)
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Bloomberg

Publicado em 24 de maio de 2022 às 18h12.

Última atualização em 24 de maio de 2022 às 19h47.

(Bloomberg) -- Investidores que fogem de ações por temerem uma recessão nos EUA devem considerar a onda de compras entre os responsáveis pelas maiores empresas americanas.

Executivos, cujas compras sinalizaram corretamente o fundo do mercado de baixa em 2020, saíram às compras durante o maior período de perdas semanais do S&P 500 em duas décadas. Eles foram recompensados na segunda-feira ,quando as ações subiram quase 2% com o otimismo de que os EUA eliminarão algumas tarifas sobre produtos chineses.

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Mais de 1.100 executivos e diretores corporativos compraram ações de suas próprias empresas em maio, prestes a exceder o número de vendedores pelo primeiro mês desde março de 2020, que marcou a mínima da pandemia há dois anos, segundo dados compilados pelo WashingtonService.

O aumento nas compras ocorre à medida que os investidores retiram dinheiro de fundos de ações. Aqueles rastreados pela EPFR Global sofreram seis semanas de saídas, o maior período de retiradas desde 2019. Enquanto isso, estrategistas de Wall Street rebaixam as perspectivas do mercado, dizendo que o aperto monetário agressivo do Federal Reserve (Fed, banco central americano) corre o risco de arrastar a economia para uma recessão.

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O sucesso de qualquer comprador de baixa agora, sem dúvida, se resume a quanta fé colocar nos ganhos esperados. Caso as previsões existentes se concretizem, as empresas do S&P 500 terão um total de lucros de US$ 248 por ação no ano que vem. Com base nisso, o índice é negociado a cerca de 16 vezes os lucros - barato pelos padrões históricos.

Uma implicação das compras pode ser que os executivos e diretores estejam confiantes de que podem gerar lucros, mesmo quando o Fed pisa no freio da economia.

“É a diferença entre investidores que operam a ‘30.000 pés’ de altura, no nível ‘macro’, enquanto os insiders que operam com as ‘botas no chão’, no nível dos fundamentos da empresa”, disse Craig Callahan, CEO da Icon Advisers e autor de “Unloved Bull Markets”. “Acreditamos que a visão dos fundamentos da empresa geralmente está correta.”

O índice de compra e venda de insiders também saltou em agosto de 2015 e no final de 2018, com o primeiro precedendo um fundo de mercado e o último coincidindo com um.

A relação subiu para 1,04 este mês, de 0,43 em abril. O CEO interino da Starbucks, Howard Schultz, e o CEO da Intel, Patrick Gelsinger, estão entre os insiders corporativos que adquiriram suas próprias ações em meio à última queda do mercado que levou o S&P 500 à beira de um mercado de baixa.

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