Mercados

Euforia sobre morte de Osama não contagiou os mercados

Efeito simbólico da queda do líder da Al-Qaeda não foi entendido como um fim das ameaças

O preço do barril de petróleo tipo Brent (negociado em Londres) caiu 1,04%, para 124,58 dólares hoje (Jeff Swensen / Getty Images)

O preço do barril de petróleo tipo Brent (negociado em Londres) caiu 1,04%, para 124,58 dólares hoje (Jeff Swensen / Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de maio de 2011 às 18h36.

São Paulo – Os mercados financeiros não se contagiaram tanto quanto os americanos que saíram as ruas para comemorar a morte do líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden. A notícia, divulgada nesta madrugada, contagiou os investidores, mas não foi capaz de sustentar as bolsas ao longo do dia.

"Os mercados inicialmente reagiram positivamente à morte de bin Laden com a valorização do dólare, mas isso deverá ser um evento transitório", destaca Andrew B. Busch, estrategista da BMO Capital Markets.

Os principais índices acionários americanos terminaram em queda. O índice Dow Jones fechou em leve baixa de 0,02%. O S&P 500 recuou 0,20% e o Nasdaq 100 caiu 0,33%. No Brasil, o índice Bovespa encerrou o dia com desvalorização de 1,01%, aos 65.463 pontos.

“O petróleo, bem como outras commodities, devem apresentar certa queda não necessariamente por conta de Osama, mas antes de tudo por um conjunto de fatores que vão desde o fim do Quantitative Easing nos EUA agora em junho, até as medidas contracionistas nos países emergentes”, afirmou André Perfeito, economista da Gradual Investimentos.

O preço do barril de petróleo tipo Brent (negociado em Londres) caiu 1,04%, para 124,58 dólares hoje. Para o analista-chefe da Danske Markets, Arne Lohmann Rasmusse, a recepção morna do mercado indica que Osama não está no topo da “agenda de risco global”, disse em relatório.

“Não é possível saber o efeito ‘líquido’ de Osama nos mercados mundiais; já faz muito tempo que o choque nas Torres Gêmeas afetou a estrutura de preços mundiais, descriminar isto frente os novos desafios da geopolítica não faz sentido”, completa Perfeito.

Segundo análise da consultoria independente, Stratfor, ainda é difícil entender o que a notícia representa no momento, mas ela permite que Obama declare a vitória, ao menos em parte, sobre a Al-Qaeda.

“Isso também abre a porta para o início da retirada do Afeganistão, apesar do efeito prático da morte de Bin Laden”, mostra a análise. “Igualmente possível é o fato de que isso pode incentivar ações da Al-Qaeda em nome de Bin Laden”, pondera o texto.

Ameaças

Foi noticiado hoje também que talibãs paquistaneses ameaçaram "vingar" a morte de Osama bin Laden. A ameaça foi enviada em comunicado à imprensa do país árabe e no qual expõe de maneira prioritária seu ponto de vista ao Governo do Paquistão.

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valoresOsama bin LadenPolíticosTerrorismo

Mais de Mercados

Dólar fecha 2024 a R$ 6,18, com alta de 27,3% no ano

Cade autoriza compra do supermercado Dia por fundo ligado a Nelson Tanure

Banco Central realiza 14º leilão de dólar em dezembro para conter alta do câmbio

Nikkei atinge melhor fechamento em 35 anos, marcando nova era para o mercado japonês