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Rombo na Americanas, anúncio de Haddad, CPI dos Estados Unidos e o que move mais o mercado

Investidores aguardam por dados da inflação americana, na tentativa de decifrar próximos passos do Federal Reserve

Americanas: Sergio Rial e André Covre renunciam após descobrirem rombo de R$ 20 bilhões (Americanas S.A./Divulgação)

Americanas: Sergio Rial e André Covre renunciam após descobrirem rombo de R$ 20 bilhões (Americanas S.A./Divulgação)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 12 de janeiro de 2023 às 07h20.

Última atualização em 12 de janeiro de 2023 às 08h26.

Índices futuros de Nova York operam próximos da estabilidade nesta quinta-feira, 12, enquanto bolsas da Europa caminham para mais um dia de alta à espera de dados da inflação americana.

Às 10h30 serão divulgados nos Estados Unidos os números do Índice de Preço ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de dezembro. O consenso é de que o CPI tenha figado estagnado e 0% no mês, arrefecendo a inflação anual de 7,1% para 6,5%. Para o núcleo do CPI, a expectativa é de queda de 6% para 5,7% no acumulado de 12 meses.

Qualquer número acima do consenso para o CPI tem potencial de estressar os mercados ainda nesta manhã, com investidores prevendo uma ação mais dura do Federal Reserve (Fed) para conter a inflação da principal economia do mundo. Dados abaixo do esperado tendem a ter efeito contrário, reforçando as projeções de Fed mais brando daqui para frente.

Para a decisão de fevereiro, a primeira do comitê de política monetária do Fed, o mercado vê mais de 77% de chance para o banco central americano voltar a reduzir a velocidade de alta de juros, de 0,5 ponto percentual (p.p.) para 0,25 p.p. de elevação. O ambiente é diferente do esperado há um mês, quando a maior parte das apostas estavam em mais uma alta de 0,50 p.p. na próxima decisão.

Até lá ainda há cerca de 20 dias, e os dados de hoje podem ajudar a embaralhar (ou clarear ainda mais) o cenário. A grande dúvida, porém, segue sendo até onde a taxa de juros vai subir nos Estados Unidos, com o mercado ainda divido entre uma taxa terminal de 5% ou superior.

Dados de hoje, avaliaram economistas do banco ING, podem ser chave para dar um "pause" ou "play" no rali pelo qual as bolsas internacionais tem passado neste início de ano. "Um número em linha com o consenso provavelmente permitirá que o rali para ativos de risco continue. Expectativas de um ciclo de flexibilização do Fed na segunda metade do ano, reabertura da China e preços de energia mais baixos estão encorajando essa realocação em direção ao risco."

Bolsas americanas chegarão para o pregão desta quinta com mais de 3% de alta acumulado no ano. O Ibovespa já subiu mais de 2% no mesmo período, vindo de seis pregões consecutivos de ganhos.

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Desempenho dos indicadores às 7h30 (de Brasília):

  • Dow Jones futuro (Nova York): - 0,06%
  • S&P 500 futuro (Nova York): - 0,12%
  • Nasdaq futuro (Nova York): - 0,18%
  • FTSE 100 (Londres): + 0,62%
  • DAX (Frankfurt): + 0,54%
  • CAC 40 (Paris): + 0,62%
  • Hang Seng (Hong Kong)*: + 0,36%

Rombo na Americanas

Apesar do tom positivo dos últimos dias, o escândalo envolvendo irregularidades contábeis na Americanas caiu como uma bomba no mercado brasileiro. Em fato relevante divulgado na última noite, o CEO, Sergio Rial, e o CFO, André Covre, renunciaram aos cargos após terem encontrado um rombro de R$ 20 bilhões nas contas da companhia. João Guerra assumirá interinamente o cargo de CEO e de diretor de RI da companhia. As reações à descoberta na bolsa devem ser agressivas nesta quinta.

A descoberta, segundo apurado pela Exame In, teria sido possível graças a uma auditoria externa feita à pedido de Rial e iniciada ainda no ano passado. A reportagem também revelou que, após o anúncio de que Rial assumiria a empresa em 2023, membros da diretoria venderam 40% de toda posição que tinham na companhia. Vendas que a preços de hoje somariam cerca de R$ 150 milhões.

Anúncio de Haddad

Além dos rebuliços corporativos, investidores seguem atentos às medidas econômicas do novo governo. A expectativa é de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anuncie um pacote para reduzir o déficit público. O impacto fiscal, segundo O Globo, deve ser entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões. Na mira de Haddad está a reoneração de impostos que haviam sido reduzidos na gestão passada. O déficit fixado no orçamento deste ano é de R$ 231,5 bilhões.

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