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Embraer eleva metas para 2011 e ações disparam

Papéis reagiram à revisão para cima das metas da companhia para este ano

Ações da fabricante brasileira de aviões vinham sendo pressionados para baixo por um ambiente mais desafiador, com novos rivais de Rússia, China e Japão (Germano Lüders/EXAME)

Ações da fabricante brasileira de aviões vinham sendo pressionados para baixo por um ambiente mais desafiador, com novos rivais de Rússia, China e Japão (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2011 às 13h47.

São Paulo - As ações da Embraer exibiam forte alta nesta sexta-feira, reagindo à revisão para cima das metas da companhia para 2011 de receita, lucro operacional e margem anunciada na véspera.

Os papéis da fabricante brasileira de aviões vinham sendo pressionados para baixo por um ambiente mais desafiador, com novos rivais de Rússia, China e Japão.

A Embraer é a única das quatro grandes produtoras mundiais de aeronaves comerciais que não decidiu seu próximo passo nesse segmento, de onde obtém a maior parte de suas vendas.

Em teleconferência, o presidente-executivo da Embraer, Frederico Curado, disse que a demanda pelos E-Jets da empresa de 70 a 122 passageiros segue firme.

Ele vê potencial de fechar vendas de jatos comerciais no segundo semestre em ritmo similar ao visto de janeiro a junho, quando foram anunciados pela Embraer acordos envolvendo 104 jatos comerciais --62 novos pedidos firmes e 42 encomendas que devem ter seus contratos definitivos concluídos em breve.

A maior disputa é por um contrato com a norte-americana Delta Air Lines --que deve decidir sobre seu plano de frota em outubro.

No final de quinta-feira, a Embraer aumentou de 5,6 bilhões para 5,8 bilhões de dólares sua meta de receita em 2011.

A projeção para o lucro anual antes de juros e impostos (Ebit, em inglês) subiu para 465 milhões de dólares, frente a 420 milhões de dólares. A margem Ebit em 2011 deverá ficar em 8 por cento, e não 7,5 por cento como estimado antes.

"A notícia positiva foi a nova estimativa para 2011", disseram os analistas do Bradesco em relatório.

Às 13h27, as ações da Embraer na bolsa paulista disparavam 8,5 por cento, para 11,35 reais, contra Ibovespa recuando 0,29 no mesmo horário.

Em relatório, o analista Rodrigo Goes, do BTG Pactual, destacou os ganhos de produtividade da fabricante, que estão mais do que compensando a pressão do real valorizado sobre os custos.


Futuro na aviação comercial

A Embraer mantém o cronograma de decidir até o final do ano sua estratégia na aviação comercial, após a decisão da Boeing de remotorizar o avião 737.

"Ainda não temos clareza exatamente do que será essa remotorização (do 737)... Mas esse anúncio que foi precipitado pela AMR deixou o cenário competitivo mais ou menos delineado", afirmou Curado.

Na semana passada, a Boeing anunciou que colocará um novo motor que promete economia de combustível de até 15 por cento no 737, como forma de assegurar uma encomenda de 200 aviões da AMR, controladora da American Airlines.

A Boeing seguiu o caminho da rival europeia Airbus, que anunciou meses atrás o A320neo, avião com novo motor baseado no A320. A canadense Bombardier, que disputa diretamente com a Embraer o mercado de aviões regionais, está desenvolvendo a família de jatos CSeries, de 100 a 149 assentos.

Curado refutou a ideia de que a Embraer esteja atrasada em relação às outras fabricantes. "Temos os aviões mais recentes dessa faixa de mercado (de 100 passageiros)." A Embraer estuda se ingressará ou não num segmento adjacente ao de seu jato 195, que pode transportar até 122 passageiros. Nesse caso, poderia alongar o 195 --com modificações de motor e asa, entre outros componentes-- ou partir para o desenvolvimento de uma nova plataforma.

"É evidente que quando se parte para um avião novo você tem muito mais flexibilidade de tamanho e pode incorporar aquilo que você quer. A contrapartida disso é que o investimento é muito maior", afirmou Curado, ao comparar as opções.

Além disso, a Embraer avalia remotorizar seus E-Jets, como sugerido por alguns clientes, caso da britânica Flybe.

O presidente da Embraer enfatizou que, seja qual for a decisão, qualquer produto novo ou redesenhado terá muito em comum com os E-Jets atuais. "Temos uma base de 60 clientes. Essa base será protegida. A decisão será em consistência e em benefício dos nossos clientes atuais", assegurou.

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