Mercados

Embraer: problemas além do balanço

Hoje é dia de a fabricante de aviões Embraer encerrar com chave de ouro uma semana de balanços desastrosos. Nos anúncios feitos até aqui, o prejuízo do varejista Grupo Pão de Açúcar aumentou 42 vezes na comparação anual; o lucro da fabricante de cosméticos Natura caiu 22%; na siderúrgica Usiminas, o prejuízo foi de 123 […]

EMBRAER: resultados do quarto trimestre devem finalmente trazer alívio para acionistas / Germano Lüders

EMBRAER: resultados do quarto trimestre devem finalmente trazer alívio para acionistas / Germano Lüders

DR

Da Redação

Publicado em 28 de julho de 2016 às 20h57.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h33.

Hoje é dia de a fabricante de aviões Embraer encerrar com chave de ouro uma semana de balanços desastrosos. Nos anúncios feitos até aqui, o prejuízo do varejista Grupo Pão de Açúcar aumentou 42 vezes na comparação anual; o lucro da fabricante de cosméticos Natura caiu 22%; na siderúrgica Usiminas, o prejuízo foi de 123 milhões de reais; o lucro da telefônica Tim encolheu 84%; os bancos voltaram a anunciar resultados menores; a mineradora Vale, também. E por aí vai.

No caso da Embraer, o resultado apresentado hoje deve mostrar uma queda de 52% nos lucros, em comparação com o mesmo período do ano passado, para 58 milhões de reais, segundo expectativa do banco Itaú BBA. Já as receitas devem cair 10%, para 1,3 bilhão de reais. Os resultados são impactados por uma queda no número de entregas de jatos comerciais e aviões executivos – que correspondem a mais de 80% da receita anual da companhia.

Na bolsa, a situação da companhia também não anda muito animadora. Na contramão do Ibovespa, as ações da Embraer já caíram 41% no ano – a terceira maior queda do índice. Além de menos entregas, a queda no dólar, que já chega a 21% este ano, diminuiu as receitas da companhia.

Some-se a isso, problemas que vão além dos balanços. A Embraer é acusada de ter pago propinas de 3,4 milhões de dólares às autoridades da República Dominicana para conseguir contratos de aviões –  um processo corre em sigilo nos Estados Unidos. Em junho, a empresa pegou investidores de surpresa ao anunciar que Frederico Curado, após nove anos na presidência, estava sendo substituído pelo diretor de aviação comercial, Paulo Cesar de Souza. “Foi totalmente inesperado e não sabemos até hoje se os dois eventos estão relacionados”, diz um gestor de ações.

Para os próximos trimestres, as coisas podem ser um pouco mais tranquilas, pelo menos nos números. A expectativa é de que as vendas melhorem e ajudem a Embraer a fechar o ano com uma alta de 8% nas receitas, em comparação com 2015, segundo estimativas do Deutsche Bank. Para recuperar terreno na bolsa, será preciso mostrar que complicações fora do balanço também ficaram para trás.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteExame Hoje

Mais de Mercados

"Não faz sentido correr risco com esse nível de juros", diz maior fundo de pensão do Nordeste

Ações da Usiminas (USIM5) caem 16% após balanço; entenda

"Se tentar prever a direção do mercado, vai errar mais do que acertar", diz Bahia Asset

"O dólar é o grande quebra-cabeça das políticas de Trump", diz Luis Otavio Leal, da G5 Partners

Mais na Exame