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Em marca histórica, empresas captam mais de R$ 100 bilhões no 1º trimestre

Emissões de ações e de títulos de renda fixa tiveram melhor performance desde 2011

Painel da B3:  (Germano Lüders/Exame)

Painel da B3: (Germano Lüders/Exame)

AO

Agência O Globo

Publicado em 13 de abril de 2021 às 18h10.

Mesmo com a economia brasileira ainda patinando por conta dos efeitos negativos da pandemia de xovid-19, o mercado de capitais brasileiro teve o melhor primeiro trimestre da história em termos de captações de recursos, tanto na Bolsa quanto na renda fixa, através da emissão de títulos pelas empresas.

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Nos primeiros três meses deste ano, as captações de renda variável e renda fixa somaram R$ 102 bilhões. No ano passado, no mesmo período, esse total foi de R$ 83,8 bilhões e em 2019 de R$ 61,1 bilhões.

— Tivemos uma boa recuperação e o total captado é o melhor da série histórica iniciada em 2011. Especialmente na renda variável, em que o primeiro trimestre é desafiador, tivemos destaque —disse José Eduardo Laloni, vice-presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), durante apresentação dos dados de 2021.

Desde janeiro, houve 16 operações de oferta iniciais de ações, o chamado IPO (do inglês Oferta Pública Inicial), além de ofertas secundárias de ações (follow ons) que captaram R$ 33,4 bilhões, frente aos R$ 31,2 bilhões do ano passado e aos R$ 5,1 bilhões de 2019.

Laloni observa que as empresas que estão buscando sócios na Bolsa são de setores e tamanhos diversificados, já que alguns IPOs movimentaram mais de R$ 1 bilhão, mas também R$ 200 milhões.

Segundo ele, esse movimento mostra que não só grandes companhias podem ir ao mercado de capitais.

Os fundos de investimento ainda têm a maior participação na oferta de ações, ficando com 49,7% do total, enquanto as pessoas físicas respondem por 7,1%. O que chama a atenção é que o investidor estrangeiro também voltou a comprar ações de companhias brasileiras e ficou com 34,2% das ofertas.

A maior parte dos recursos captados com ações (R$ 20,9 bilhões) foi para o caixa das empresas, segundo a Anbima, o que sinaliza intenção de se capitalizarem e direcionar esse dinheiro a novos investimentos.

Na renda fixa, que além de debêntures, incluem títulos como Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRIs), entre outros papéis, as empresas captaram R$ 68,6 bilhões, também a melhor marca da série histórica.

No mercado externo, que complementa as captações domésticas, as emissões de bonds no período somaram US$ 7,6 bilhões, quase se igualando aos US$ 8 bilhões captados ano passado.

A situação fiscal ruim do país não afetou esse movimento, disse Laloni, embora essas turbulências são sempre pontos de atenção. Ele lembrou que empresas estatais como Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil são emissoras de papéis de renda fixa e de ações.

— É importante que o mercado continue enxergando essas empresas como praticantes de boa governança para que elas continuem se financiando com qualidade - disse Laloni.

Neste ano, o governo interveio na Petrobras, após aumentos sucessivos dos combustíveis, e trocou o comando da empresa. No Banco do Brasil, após críticas públicas do presidente Jair Bolsonaro, o presidente do banco, André Brandão, pediu demissão.

Na Eletrobras, o presidente da estatal também decidiu sair já que o processo de privatização não avançou.

Para o segundo trimestre, as perspectivas da Anbima ainda são positivas para as captações. Mesmo com o recrudewscimento da pandemia, neste início de ano, Laloni observa que o mercado de capitais esta num momento bom, num cenário de juros baixos que estimula essas operações.

- Os investidores estão saindo de suas formas tradicionais de investimento e migrando para produtos mais sofisticados tanto na renda fixa quanto na variável tendo como pano de fundo os juros baixos. Mesmo que a taxa de juros suba até 5%, o aplicador vai procurar mais retorno que a Selic - disse Laloni.

 

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