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Em dia de movimento técnico, DIs curtos têm leve queda

Ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2012 cedia a 11,177%

As apostas atuais em queda da taxa Selic ocorrem mais pela sinalização das autoridades brasileiras do que pelo agravamento da crise externa (Marcel Salim/EXAME.com)

As apostas atuais em queda da taxa Selic ocorrem mais pela sinalização das autoridades brasileiras do que pelo agravamento da crise externa (Marcel Salim/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2011 às 16h30.

São Paulo - Em um movimento preponderantemente técnico, as taxas futuras de juros futuros operaram em leve queda nos vencimentos mais curtos, enquanto a parte intermediária e longa da curva a termo ficou perto dos ajustes de sexta-feira. Esse movimento ocorreu porque o mercado dá como certa a redução de 0,5 ponto porcentual da Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana - cada dia a menos de Selic alta significa prêmios menores. Além disso, a piora externa, depois que um porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel, sinalizou ser impossível resolver todos os problemas da zona do euro na cúpula da União Europeia, marcada para o próximo fim de semana, impediu qualquer acúmulo de prêmios nos Dis.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2012 (264.180 contratos) cedia a 11,177%, de 11,19% na sexta-feira. O DI janeiro de 2013 (326.885 contratos) estava em 10,55%, nivelado ao ajuste, enquanto o DI janeiro de 2014, com apenas 45.515 contratos, subia a 10,89%, de 10,86%. Entre os longos, o movimento era ainda mais enxuto. O DI janeiro de 2017, com giro de 12.130 contratos, apontava 11,37%, de 11,34% no ajuste, e o DI janeiro de 2021 (apenas 1.020 contratos) também indicava 11,37%, de 11,34%.

As apostas atuais em queda da taxa Selic ocorrem mais pela sinalização das autoridades brasileiras do que pelo agravamento da crise externa ou das expectativas de inflação. Hoje, o Boletim Focus do Banco Central mostrou que o mercado financeiro elevou sua estimativa para o IPCA 2012, de 5,59% para 5,61%, se afastando ainda mais do centro da meta de inflação que é de 4,50%. Para 2011, as projeções mantiveram-se acima do teto da meta de 6,5% pela terceira semana consecutiva, em 6,52%.


Para a inflação de curto prazo, porém, houve melhora das projeções. A mediana para o IPCA em outubro de 2011 caiu de 0,46% para 0,45%, na segunda redução seguida. No campo da inflação corrente, o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), anunciado nesta manhã pela FGV, perdeu força, ao subir 0,39% na quadrissemana finalizada em 15 de outubro, ante variação de 0,50% apurada no resultado anterior.

Lá fora, a queda das bolsas e de boa parte das commodities está relacionada ao longo e arrastado imbróglio sobre a crise de dívida e bancária na zona do euro. Mesmo que nada de concreto tenha saído do encontro de ministros do G-20, neste fim de semana, os mercados aguardavam que uma proposta fosse apresentada na reunião de cúpula da União Europeia, que começa no dia 23, e, posteriormente, apresentada aos líderes do G-20 no começo de novembro, como foi sinalizado por algumas autoridades. Mas a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou que "considera o sonho de resolver todos os problemas na cúpula da União Europeia" impossível, segundo um porta-voz da autoridade, jogando um balde de água fria no breve otimismo dos agentes.

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