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Dúvida externa leva dólar a fechar em alta a R$ 1,728

Por Silvana Rocha São Paulo - O mercado de câmbio doméstico voltou hoje a ser guiado pelo cenário externo. O dólar subiu desde cedo ante o euro e o real porque o socorro da União Europeias e do Fundo Monetário Internacional (FMI) à Irlanda não dissipou os temores de contágio da crise da dívida soberana […]

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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2010 às 16h24.

Por Silvana Rocha

São Paulo - O mercado de câmbio doméstico voltou hoje a ser guiado pelo cenário externo. O dólar subiu desde cedo ante o euro e o real porque o socorro da União Europeias e do Fundo Monetário Internacional (FMI) à Irlanda não dissipou os temores de contágio da crise da dívida soberana do país para outros vizinhos, como Portugal, disse um operador de uma corretora de câmbio. À tarde, as cotações da moeda também foram pressionadas pela piora das Bolsas norte-americanas, com a notícia de que o FBI realizou buscas em dois fundos de hedge em Connecticut dentro de uma investigação de insider trading em grande escala que foi antecipada no sábado pelo Wall Street Journal.

O dólar comercial fechou em alta de 0,58% a R$ 1,728 no mercado interbancário de câmbio. A taxa máxima registrada durante as negociações de hoje foi de R$ 1,73 e a mínima, R$ 1,711. No mês, o dólar acumula alta de 1,53%. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar à vista subiu 1,04% e fechou a sessão cotado a R$ 1,7283. O euro comercial teve leve variação de 0,09%, cotado a R$ 2,348. O Banco Central realizou leilão de compra de dólares mais tarde que o habitual (por volta das 16h30), no qual a taxa de corte das propostas foi fixada pelo BC em R$ 1,7288.

No câmbio turismo, o dólar subiu 0,89% para R$ 1,823 (venda) e R$ 1,65 (compra). O euro turismo valorizou 0,81%, cotado em média a R$ 2,477 (venda) e R$ 2,263 (compra).

Na Europa, apesar de os consumidores dos 16 países que usam o euro estarem menos pessimistas sobre as perspectivas futuras neste mês, um pedido do Partido Verde da Irlanda, que é parceiro do governo de coalizão, para que sejam realizadas eleições gerais na segunda quinzena de janeiro de 2011, ajudou a reforçar o mau humor dos investidores. O euro caiu abaixo de US$ 1,37 após a notícia e não teve forças para se recuperar durante a sessão. Pesou negativamente também o alerta da Moody's sobre um possível rebaixamento múltiplo da nota da Irlanda, que hoje é Aa2, grau de investimento. Os detalhes sobre o acordo da UE e FMI com a Irlanda, que poderá ficar em algo entre 80 bilhões e 90 bilhões de euros, devem ser revelados esta semana.

As especulações no mercado envolvendo Portugal irritaram o primeiro-ministro, José Sócrates. Ele insistiu que o país está numa situação diferente da Irlanda. "Portugal não tem problemas em seu sistema financeiro, Portugal nunca teve uma bolha imobiliária e nossa situação orçamentária não se compara" com a da Irlanda, afirmou. "Ouvi muita conversa sobre o FMI. O país não precisa de nenhuma ajuda, o que precisa é fazer o que é necessário, ou seja, que aprove o Orçamento (de 2011)", disse Sócrates.

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