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Draghi mantém posição sobre bônus, e bolsas caem

As bolsas de valores caíam no Brasil e nos Estados Unidos, e o dólar subia além de R$ 1,80

Mario Draghi mostrou ponderação com a compra de mais bônus de dívida soberana de países da zona do euro (Ralph Orlowski/Getty Images)

Mario Draghi mostrou ponderação com a compra de mais bônus de dívida soberana de países da zona do euro (Ralph Orlowski/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2011 às 17h30.

São Paulo - A cautela com a crise da dívida na Europa predominava nesta quinta-feira, após o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, mostrar ponderação com a compra de mais bônus de dívida soberana de países da zona do euro.

As bolsas de valores caíam no Brasil e nos Estados Unidos, e o dólar subia além de 1,80 real.

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro, sem grandes surpresas, tinham influência menor sobre os ativos brasileiros nesta quinta.

Na Europa, Draghi também mostrou ceticismo com a possibilidade de que o BCE empreste dinheiro ao Fundo Monetário Internacional (FMI). "É legalmente complexo", afirmou em entrevista após o banco reduzir os juros conforme esperado, em 0,25 ponto percentual, a 1 por cento. Outros líderes europeus também deram motivo para cautela.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse nesta quinta-feira que não teria "nenhuma hesitação" em vetar qualquer tratado de todas as 27 nações da União Europeia (UE) para solucionar a crise da dívida da zona do euro se isso não proteger os interesses da Grã-Bretanha.

Ao mesmo tempo, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse que não haverá uma segunda chance para solucionar a crise após a reunião de cúpula da União Europeia, que começa nesta quinta-feira e termina na sexta-feira.

Na agenda de dados locais, o IPCA subiu 0,52 por cento em novembro, após alta de 0,43 por cento em outubro. Analistas ouvidos pela Reuters previam taxa de 0,51 por cento, segundo mediana de estimativas que oscilaram de 0,47 a 0,55 por cento.

A taxa acumulada em 12 meses caiu a 6,64 por cento até novembro, a menor desde maio (6,55 por cento), ante 6,97 por cento até outubro, mantendo-se acima do teto da meta perseguida pelo governo, que é de 6,5 por cento. Diante da deterioração do cenário internacional, o BC reduziu as previsões de inflação para 2012, que estará ao redor do centro da meta oficial de 4,5 por cento, segundo a ata da última reunião do Copom.


Veja como estavam os principais mercados às 13h33 desta quinta-feira:

CÂMBIO - O dólar era cotado a 1,8135 real, em alta de 1,22 por cento frente ao fechamento anterior.

BOVESPA - O Ibovespa caía 1,64 por cento, para 57.703 pontos. O volume financeiro na bolsa era de 2,36 bilhões de reais.

ADRs BRASILEIROS - O índice dos principais ADRs brasileiros caía 2,38 por cento, a 29.661 pontos.

JUROS - Os contratos de DI exibiam alta, com o contrato janeiro de 2013 em 9,800 por cento ao ano ante 9,740 por cento no ajuste anterior.

EURO - A moeda comum europeia era cotada a 1,3315 dólar, ante 1,3412 dólar no fechamento anterior.

GLOBAL 40 - O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, subia para 131,750 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 2,001 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS - O risco Brasil caía 7 pontos, para 213 pontos-básicos.

O EMBI+ cedia 2 pontos, a 364 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA - O índice Dow Jones <.DJI> caía 0,54 por cento, a 12.130 pontos, o S&P 500 tinha baixa de 0,82 por cento, a 1.250 pontos, e o Nasdaq registrava variação negativa de 0,55 por cento, aos 2.634 pontos.

PETRÓLEO - Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto recuava 1,82 dólar, ou 1,81 por cento, a 98,66 dólares por barril.

TREASURIES DE 10 ANOS - O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, tinha leve alta, oferecendo rendimento de 2,0156 por cento ante 2,033 por cento no fechamento anterior.

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