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Dólar vira e passa a cair ante o real, atento ao exterior

Queda do dólar no Brasil espelhava também a perda de fôlego da moeda norte-americana no exterior


	Cédulas de dólar: às 14h38, a moeda norte-americana recuava 0,57 por cento, a 2,2291 reais na venda, após chegar a 2,2490 reais na máxima do dia
 (Juan Barreto/AFP)

Cédulas de dólar: às 14h38, a moeda norte-americana recuava 0,57 por cento, a 2,2291 reais na venda, após chegar a 2,2490 reais na máxima do dia (Juan Barreto/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2014 às 14h51.

São Paulo - O dólar anulou a alta e passava a cair ante o real nesta quarta-feira, refletindo a perda de força da divisa dos Estados Unidos no exterior e o quadro de fluxo positivo ao Brasil, apesar das preocupações com a desaceleração da economia chinesa.

Às 14h38, a moeda norte-americana recuava 0,57 por cento, a 2,2291 reais na venda, após chegar a 2,2490 reais na máxima do dia. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 1,3 bilhão de dólares.

"As moedas emergentes ampliaram as altas nesse começo de tarde e o contexto no Brasil é de fluxo positivo", disse o superintendente de derivativos de uma gestora de ativos internacional.

O mercado doméstico vem registrando fortes entradas de divisas nos últimos meses, tanto via investimentos estrangeiros diretos quanto financeiros, atraídos pelos ganhos com juros elevados. Apenas na semana passada, o saldo ficou positivo em 2,375 bilhões de dólares, segundo dados do Banco Central.

A queda do dólar no Brasil espelhava também a perda de fôlego da moeda norte-americana no exterior. Contra o peso chileno, recuava 0,04 por cento, após chegar a subir 0,60 por cento na máxima da sessão.

O dólar também perdia força contra moedas como o euro e o iene, refletindo a queda nas bolsas norte-americanas e nos rendimentos dos Treasuries, títulos da dívida soberana do país.

Também ajudava no movimento a constante atuação do BC no câmbio. "A recuperação do patamar de 2,24 (reais) foi bastante rápida e deve deixar a autoridade monetária mais à vontade para continuar oferecendo swap cambial", escreveram analistas da Lerosa Investimentos em relatório.


Pela manhã, o BC deu continuidade às atuações diárias, vendendo a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Foram 500 contratos para 1º de dezembro deste ano e 3,5 mil para 2 de março do próximo, com volume equivalente a 198,0 milhões de dólares.

Em seguida, também vendeu a oferta total de até 10 mil swaps em leilão para rolagem dos contratos que vencem em 2 de maio.

Até agora, o BC já rolou cerca de 68 por cento do lote total, que corresponde a 8,733 bilhões de dólares.

Pela manhã, o dólar foi negociado basicamente em alta com os investidores reagindo à atividade industrial na China, que encolheu pelo quarto mês consecutivo em abril, sinalizando fraqueza econômica no segundo trimestre, segundo pesquisa preliminar do Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês). Ainda assim, o ritmo de contração diminuiu.

"Os dados da China deixam os investidores um pouco na defensiva em relação a moedas de países emergentes, principalmente de países ligados a commodities", afirmou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

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