Mercados

Dólar termina em alta diante de cautela com exterior

A moeda passou a subir depois que os EUA lançaram sua maior bomba não-nuclear, conhecida como "a mãe de todas as bombas", no leste do Afeganistão

Dólar: "Ninguém queria passar o final de semana vendido, já havia preocupações com a Coreia e, depois veio a bomba no Afeganistão" (foto/Getty Images)

Dólar: "Ninguém queria passar o final de semana vendido, já havia preocupações com a Coreia e, depois veio a bomba no Afeganistão" (foto/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 13 de abril de 2017 às 18h01.

São Paulo - O dólar encerrou a quinta-feira em alta ante o real, com investidores adotando posição de cautela antes do feriado de Páscoa em meio a preocupações com o cenário geopolítico global, com tensões entre Estados Unidos e Coreia do Norte.

O dólar avançou 0,40 por cento, a 3,1465 reais na venda, depois de marcar a máxima de 3,1510 reais da sessão. Na semana, a moeda acumulou queda de 0,12 por cento. O dólar futuro tinha valorização de 0,64 por cento.

"O exterior se sobrepôs à questão doméstica", afirmou o estrategista-chefe do banco Mizuho, Luciano Rostagno.

Pela manhã, o dólar operou em baixa ante o real influenciado pelos comentários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na véspera de que a moeda norte-americana está ficando muito forte e também de que gostaria que as taxas de juros permanecessem baixas.

As declarações romperam com uma prática de longa data das administrações dos Democratas e dos Republicanos de se absterem de comentar sobre a política definida pelo independente Federal Reserve, banco central dos EUA.

Também é incomum para um presidente falar sobre o valor do dólar, assunto normalmente deixado para o secretário do Tesouro dos EUA.

À tarde, a moeda passou a subir ante o real depois que os EUA lançaram sua maior bomba não-nuclear, conhecida como "a mãe de todas as bombas", no leste do Afeganistão, contra uma série de cavernas usadas por militantes do Estado Islâmico, disseram os militares dos EUA.

"Ninguém queria passar o final de semana vendido, já havia preocupações com a Coreia e, depois veio a bomba no Afeganistão", comentou um gestor ao acrescentar que muitos investidores deixaram os negócios mais cedo para aproveitar o feriado da Páscoa.

No começo da semana, os EUA destinaram um porta-aviões para a península coreana como uma demonstração de força, após novas provocações do regime de Kim Jong-un.

Vêm crescendo os temores de que a Coreia do Norte realize mais um teste nuclear ou mais lançamentos de mísseis.

No exterior, o dólar cedia ante uma cesta de moedas, mas subia ante algumas divisas de emergentes, como o peso mexicano e lira turca.

Internamente, os investidores continuaram cautelosos com a cena política, mas ainda apostando que a recente turbulência não vai atrapalhar votações de importantes questões econômicas no Congresso Nacional.

O relator da operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, ministro Edson Fachin, autorizou a abertura de 76 inquéritos contra parlamentares, ministros de Estado e outras autoridades a partir das delações feitas por executivos da Odebrecht.

A lista inclui oito ministros de Temer, entre eles Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência da República).

O Banco Central brasileiro não anunciou intervenção no mercado de câmbio para esta sessão. Em maio, vencem 6,389 bilhões de dólares em swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares.

Acompanhe tudo sobre:AfeganistãoCoreia do NorteDólarDonald TrumpEstados Unidos (EUA)

Mais de Mercados

Dólar sobe a R$ 5,65 em primeiro pregão de julho e bate máxima em 30 meses

Sabesp (SBSP3): começa hoje reserva de ações da companhia; veja cronograma e como reservar

Smart Fit (SMFT3): Goldman Sachs inicia cobertura com "compra" e potencial de alta de 50%; ação sobe

Ibovespa esbarra nos 125 mil pontos com ajuda de Vale e Petrobras; dólar fecha em R$ 5,65

Mais na Exame