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Dólar tem maior avanço em 2 meses e encosta em R$3,18

Os investidores tiveram cautela diante das dificuldades que o governo brasileiro deve enfrentar para aprovar as medidas fiscais e reformas no Congresso

Dólar: o dólar renovou a máxima à tarde ante o real, com aumento da aversão ao risco após atentado em Barcelona (foto/Thinkstock)
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Reuters

Publicado em 17 de agosto de 2017 às 17h31.

São Paulo - O dólar saltou 1 por cento e encostou em 3,18 reais nesta quinta-feira, acompanhando a trajetória da moeda norte-americana no exterior num dia de maior aversão ao risco e com cautela dos investidores diante das dificuldades que o governo brasileiro deve enfrentar para aprovar as medidas fiscais e reformas no Congresso Nacional.

O dólar avançou 1,02 por cento, a 3,1785 reais na venda, maior alta desde 20 de junho (+1,40 por cento).

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Na máxima do dia, a moeda norte-americana marcou 3,1824 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,80 por cento no final da tarde.

"Analistas indicam que a base aliada está juntando as votações para cobrar mais (do presidente Michel) Temer", afirmou o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior, em relatório.

A atual agenda econômica do governo no Legislativo é grande e foi imposta logo depois de que Temer teve de agir politicamente para garantir que a denúncia por crime de corrupção passiva contra ele fosse barrada na Câmara dos Deputados. Ou seja, usou boa parte de seu capital político já.

Nesta semana, o governo anunciou novas e maiores metas de déficit primário, que subirão a 159 bilhões de reais neste e no próximo ano, confirmando a tendência de deterioração das contas públicas e que pode ser ainda pior caso o Congresso Nacional não aprove medidas impopulares que foram apresentadas para limitar o rombo e aumentar as receitas.

Entre elas, a reoneração da folha de pagamento das empresas e elevação na contribuição previdenciária por funcionários públicos.

Além da aprovação das novas metas fiscais e suas medidas, o governo também quer garantir no Legislativo a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP) e o Refis, renegociação de dívidas tributárias. Isso sem contar a reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem.

Pesquisa Reuters realizada na véspera já havia captado esse sentimento de cautela. Os economistas consultados indicaram que será preciso aumentar impostos e vender ativos para garantir o cumprimento das metas fiscais, ilustrando as dificuldades do governo para se manter comprometido com austeridade.

"A agenda legislativa cheia, com prazos de diversas leis vencendo em agosto ou setembro, deve fazer com que a reforma da Previdência fique em segundo plano até outubro", trouxe a SulAmérica Investimentos em relatório.

O dólar renovou a máxima à tarde ante o real, com aumento da aversão ao risco após um atentado matar ao menos 13 pessoas e ferir outras 50 em Barcelona. O dólar operava em alta ante uma cesta de moedas e divisas de países emergentes, como a lira turca e o peso mexicano.

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