Dólar tem leves oscilações de olho no exterior e após Ibope
Às 10:23, o dólar recuava 0,23 por cento, a 3,6885 reais na venda, depois de terminar a véspera em alta de 0,27 por cento, a 3,6970 reais
Reuters
Publicado em 24 de outubro de 2018 às 09h14.
Última atualização em 24 de outubro de 2018 às 11h26.
São Paulo - O dólar registrava pequenas oscilações ante o real nesta quarta-feira, de olho na movimentação das moedas emergentes no mercado internacional e à espera do segundo turno das eleições presidenciais, no domingo.
Às 10:23, o dólar recuava 0,23 por cento, a 3,6885 reais na venda, depois de terminar a véspera em alta de 0,27 por cento, a 3,6970 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,10 por cento.
"O dólar deve passar os próximos dias de lado, entre 3,65-3,70, esperando o resultado das eleições, domingo", avaliou a estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte, para quem a pesquisa Ibope da véspera, apesar de reduzir um pouco a distância entre o líder e Fernando Haddad (PT), ainda mostra grande vantagem, com difícil reversão para o PT.
O levantamento mostrou que Bolsonaro está com 57 por cento dos votos válidos, contra 43 por cento do adversário, de 59 a 41 por cento na pesquisa anterior.
Além disso, a rejeição ao capitão da reserva subiu para 40 por cento, de 35 por cento, enquanto em relação a Haddad caiu a 41 por cento, de 47 por cento, o que ajudou a puxar uma tímida correção no início do dia.
"Se realmente for confirmada a vitória de Bolsonaro, que é o cenário mais provável, pode ter um rali na segunda-feira e depois... volta à vida normal", acrescentou Fernanda.
De todo o modo, os investidores monitoram o noticiário político, sobretudo em busca de informações "positivas" sobre o provável novo governo, no que diz respeito, principalmente, ao ajuste fiscal.
Na véspera, o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, disse que Bolsonaro, uma vez eleito, pretende definir os nomes de seus ministros e presidentes de estatais em até 30 dias pós-eleição. Além disso, afirmou que não está descartada a manutenção de Ilan Goldfajn na presidência do Banco Central.
Enquanto isso, os investidores também acompanham a movimentação externa, em dia de comportamento misto das divisas de países emergentes. O dólar subia ante o rand sul-africano , mas caía ante o rublo e a lira turca .
No pano de fundo externo, preocupações com o acordo do Reino Unido para deixar a União Europeia, crescimento econômico global, sobretudo da China, tensões comerciais e o isolamento da Arábia Saudita após a morte do jornalista Jamal Khashoggi.
Além disso, com a divulgação de vários indicadores norte-americanos, o dia pode ser pautado pela volatilidade.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 7,7 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de novembro, no total de 8,027 bilhões de dólares.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
Profissionais ouvidos pela Reuters informaram que o recuo recente do dólar abriu espaço para uma discussão sobre a redução do estoque de swap, mas avaliam que a autoridade monetária pode esperar um cenário mais claro pós-eleição para se decidir.