Câmbio: dólar tinha pouca variação ante o real no início do pregão desta quinta-feira (Marcos Brindicci/Reuters)
Reuters
Publicado em 7 de março de 2019 às 09h20.
Última atualização em 7 de março de 2019 às 11h13.
São Paulo — O dólar tinha pouca variação ante o real no início do pregão desta quinta-feira, com cautela entre investidores pelas cena externa e pelo cenário político local, destacadamente o andamento da reforma da Previdência.
Às 10:13, o dólar recuava 0,02 por cento, a 3,8352 reais na venda. O dólar futuro caía cerca de 0,2 por cento.
As movimentações nesta manhã refletem alguns ajustes e correções após a alta acentuada da véspera, quando a divisa norte-americana avançou 1,47 por cento e encerrou a 3,8358 reais na venda, a máxima do ano.
No panorama doméstico, cresce no mercado certa cautela com relação à reforma da Previdência em meio à ausência de notícias sobre a matéria, com o mercado monitorando os próximos passos da tramitação, como a instalação das comissões especiais na Câmara dos Deputados.
Também há razoável preocupação entre agentes financeiros de que as recentes publicações controversas do presidente Jair Bolsonaro no Twitter possam dificultar a formação da base aliada no Congresso.
"Tem havido muito ruído por parte do governo, de maneira geral, não só na condução da reforma (da Previdência). Muito ruído e pouca discussão econômica. Cria um pouco um sentimento de preocupação, de proteção, por parte dos agentes", afirmou o economista-sênior do Banco Haitong, Flávio Serrano.
Prevalece a percepção de aprovação do texto no segundo semestre do ano, mas ainda restam dúvidas quanto ao teor do texto que será chancelado por parlamentares.
Do lado externo, o Banco Central Europeu jogou nesta quinta-feira para o próximo ano o momento de sua primeira alta de juros pós-crise, e ofereceu aos bancos novas rodadas de empréstimo.
Agentes financeiros também aguardam declaração da diretora do Fed Lael Brainard, que dará palestra em uma universidade norte-americana às 14h15 (no horário de Brasília).
A agenda externa pode impactar na negociação do dólar no mercado doméstico caso se acentue a aversão ao risco no exterior, o que poderia até neutralizar o movimento de correção interno, avaliou Serrano.
O Banco Central realiza nesta quinta-feira leilão de até 14,5 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de abril, no total de 12,321 bilhões de dólares.