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Dólar tem 3ª queda seguida e fecha abaixo de R$ 4

Nestes três pregões seguidos em baixa seguidos, a moeda acumula perdas de 2,29 por cento

Dólar: nos últimos dias, muitos investidores têm desmontado posições compradas, aquelas que apostam na alta do dólar (Gary Cameron/Reuters)

Dólar: nos últimos dias, muitos investidores têm desmontado posições compradas, aquelas que apostam na alta do dólar (Gary Cameron/Reuters)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 27 de setembro de 2018 às 17h12.

Última atualização em 27 de setembro de 2018 às 17h13.

SÃO PAULO, 27 Set (Reuters) - O dólar recuou pela terceira sessão consecutiva e terminou abaixo de 4 reais nesta quinta-feira, favorecido por fluxo de ingresso de recursos e desmonte de posições compradas e com os investidores menos assustados quanto ao cenário eleitoral doméstico, em sessão ainda marcada por melhora no cenário externo.

O dólar recuou 0,79 por cento, a 3,9943 reais na venda, abaixo de 4 reais pela primeira vez desde 20 de agosto (3,9577 reais). Nestes três pregões seguidos em baixa seguidos, a moeda acumula perdas de 2,29 por cento.

Antes do último pregão do mês, a moeda norte-americana registra um recuo de 1,92 por cento ante o real em setembro, após avançar 8,46 por cento no mês anterior.

Na mínima, foi a 3,9675 reais e, na máxima, a 4,0562 reais. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 1 por cento.

"Está tendo fluxo...e uma reversão dos fundos, que estão voltando a comprar Brasil", explicou o presidente da correspondente cambial Remessa Online, Fernando Pavani.

Nos últimos dias, muitos investidores têm desmontado posições compradas, aquelas que apostam na alta do dólar, em meio à percepção de que as eleições estão se encaminhando para um segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) e que o primeiro têm boas chances de vencer o pleito.

O mercado quer a vitória de um candidato com perfil mais reformista e preferia Geraldo Alckmin (PSDB), mas como esse não tem ganhado tração, tem considerado que Bolsonaro pode ser uma opção, sobretudo por causa de Paulo Guedes, seu principal assessor econômico na campanha e com ideias liberais.

"O mercado definitivamente está comprando Bolsonaro (e sua agenda reformista) e, eventualmente, Haddad (e sua provável mudança para o centro)", avaliou o diretor de Tesouraria de um grande banco estrangeiro.

A quinta-feira teve noticiário eleitoral mais tranquilo. Na véspera, o mercado se animou com levantamento do Paraná Pesquisas, feito para a Empiricus Research, mostrando que Bolsonaro venceria Haddad no segundo turno.

O recuo do dólar no mercado doméstico também teve influência externa, onde a moeda norte-americana recuava sobre as demais divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

Na véspera, o Federal Reserve, banco central norte-americano, confirmou que prevê mais uma alta dos juros em dezembro, três em 2019 e uma em 2020, não reforçando a leitura daqueles que previam uma postura mais "hawkish".

"O fato de ele ter sinalizado o fim da política expansionista tirou a perspectiva de altas subsequentes...a política de aumento gradual está perto do fim", avaliou o diretor da assessoria de câmbio FB Capital Fernando Bergallo.

O Banco Central ofertou e vendeu integralmente nesta sessão 10,72 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, concluindo a rolagem dos 9,801 bilhões dedólares que vencem em outubro.

Em novembro, segundo dados do site do BC, vencem 8,027 bilhões de dólares em swap cambial.

"Para manter a normalidade e evitar qualquer volatilidade desnecessária na última semana antes da eleição, o BC também deve anunciar logo a rolagem integral desse vencimento", avaliou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora local, ao lembrar que o BC fez o mesmo no mês passado. (Edição de Gabriela Mello e Iuri Dantas

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