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Dólar sofre ajuste e tem 1ª queda em quase 2 semanas

A divisa dos EUA fechou em baixa de 0,80 por cento, a 1,726 real na venda

Foi a primeira queda da moeda desde 4 de novembro, quando a cotação recuou 1,41 por cento (Hugh Pinney/Getty Images)

Foi a primeira queda da moeda desde 4 de novembro, quando a cotação recuou 1,41 por cento (Hugh Pinney/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2010 às 18h46.

São Paulo - O dólar devolveu parte do ganho recente ante o real nesta quarta-feira, voltando a cair após quase duas semanas, depois que declarações do governo de que por ora não devem ser tomadas novas medidas no câmbio tranquilizaram investidores.

Fluxos pontuais também contribuíram com o movimento, segundo profissionais do mercado, que citaram ainda o ambiente de menor aversão a risco no exterior num dia de relativa recuperação das bolsas de valores globais.

A divisa dos EUA fechou em baixa de 0,80 por cento, a 1,726 real na venda. Foi a primeira queda da moeda desde 4 de novembro, quando a cotação recuou 1,41 por cento.

Na mínima desta sessão, o dólar cedeu a 1,723 real, mas o leilão de compra de moeda no mercado à vista pelo Banco Central agiu contra um declínio maior.

Na véspera, a moeda subira a 1,740 real, maior nível em dois meses e meio, após preocupações com a saúde fiscal da Irlanda e temores de restrição monetária na China deflagrarem aversão a risco.

Enquanto as operações domésticas se encerravam nesta quarta-feira, o dólar recuava 0,22 por cento ante uma cesta de moedas, com destaque para a leve recuperação do euro.

"Hoje está tendo fluxo (positivo). Mas acho que o que realmente pegou foram as declarações do (ministro da Fazenda, Guido) Mantega. Isso deixou os investidores mais tranquilos, depois de terem desfeito posições (vendidas em dólar) nos últimos dias", disse Luiz Antônio Abdo, gerente de câmbio da corretora Souza Barros.

Em Brasília, Mantega afirmou que o recente comportamento do dólar mostra que as ações já tomadas pelo governo no mercado de câmbio surtiram efeito. Diante disso, o ministro disse que não vê "necessidade de novas medidas neste momento".

Das 11 sessões de novembro, a moeda norte-americana caiu apenas em duas. Entre o dia 4, última dia em que a cotação recuou, e a véspera, a divisa avançou 3,7 por cento.

Simultaneamente, os investidores não-residentes diminuíram a posição vendida em dólar em 29 por cento, para 11,419 bilhões de dólares na véspera nos mercados de dólar futuro e cupom cambial (DDI), na BM&FBovespa. Tal exposição indica apostas na queda do dólar ou na apreciação do real.

O operador de câmbio de um banco dealer confirmou os ingressos de recursos nesta sessão, acrescentando que o cenário externo menos arisco também ajudou.

As preocupações com a situação fiscal da Irlanda diminuíam depois que o país concordou em trabalhar junto à União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) para discutir medidas urgentes a fim de restaurar o combalido setor bancário do país.

"Se a Irlanda aceitar a ajuda da União Europeia, a gente pode ver uma recuperação do euro e provavelmente uma queda do dólar aqui também", disse o operador, sob condição de anonimato.

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