Dólar sobe quase 1% e encosta em R$3,30, maior patamar do ano
Foi a terceira alta em quatro pregões, com o dólar acumulando valorização de 3,04% no mês
Reuters
Publicado em 7 de fevereiro de 2018 às 17h11.
Última atualização em 7 de fevereiro de 2018 às 18h00.
São Paulo - O dólar fechou com alta de quase 1 por cento nesta quarta-feira, aproximando-se cada vez mais de 3,30 reais, acompanhando o cenário externo, sobretudo após o Senado nos Estados Unidos ter fechado um acordo sobre o orçamento do país e ter liberado 300 bilhões de dólares em gastos.
O dólar avançou 0,95 por cento, a 3,2770 reais na venda, maior nível desde 28 de dezembro passado (3,3144 reais). Na máxima do dia, chegou a 3,2843 reais.
O dólar futuro tinha alta de cerca de 1,30 por cento no final da tarde.
Foi a terceira alta em quatro pregões, com o dólar acumulando valorização de 3,04 por cento no mês.
"O dólar trabalhou pari passu com o exterior. O primeiro repique veio com o petróleo", justificou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora local.
Os dados de estoques e produção de petróleo divulgados no começo da tarde vieram fortes e fizeram os preços da commodity caírem forte no exterior, fazendo a moeda norte-americana ganhar tração.
O dólar ampliou mais a alta depois do anúncio de acordo sobre o orçamento nos Estados Unidos e que prevê aumento de gastos de cerca de 300 bilhões de dólares ao longo de dois anos, o que deve contribuir para impulsionar a atividade do país.
A maior economia do mudo tem dado sinais de aquecimento, como no mercado de trabalho, que desencadeou forte aversão ao risco global por conta de temores de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, possa elevar os juros mais rapidamente.
No exterior, o dólar subia quase 1 por cento ante uma cesta de moedas e também avançava com vigor sobre a maior parte das divisas de países emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano.
Sobretudo pela manhã, o dólar operou com pequenas oscilações frente ao real, em meio a um ambiente mais tranquilo no exterior depois de fortes perdas no começo da semana.
"A volatilidade vai continuar, o apetite do investidor pode diminuir com a cautela que é necessária nesse momento em que ainda há indefinição se foi apenas uma correção ou não nos Estados Unidos", afirmou mais cedo o diretor de operações da corretora Mirae, Pablo Syper.
Internamente, os investidores seguiram atentos ao noticiário da reforma da Previdência. O governo continua sem os 308 votos necessários para a aprovação do texto, cuja votação está marcada para depois do Carnaval na Câmara dos Deputados.
O Banco Central vendeu nesta sessão integralmente a oferta de até 9,5 mil swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- para rolagem. Desta forma, já rolou 950 milhões de dólares do total de 6,154 bilhões de dólares que vencem no mês que vem.