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Dólar sobe mais de 1% e encosta em R$4,20 com cena eleitoral

Se mantiver o fôlego, moeda americana pode atingir novo patamar recorde de fechamento, batendo o teto registrado em 21 de janeiro de 2016 de R$ 4,16

Dólar: Dúvidas sobre a saúde de Bolsonaro e a expectativa com o Datafolha de amanhã redobraram a cautela dos agentes (Osman Orsal/Reuters)
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Reuters

Publicado em 13 de setembro de 2018 às 16h31.

Última atualização em 14 de setembro de 2018 às 11h11.

São Paulo - O dólar subia mais de 1 por cento nesta quinta-feira e encostava no patamar de 4,20 reais, com os investidores adotando posições ainda mais defensivas diante do cenário eleitoral indefinido no Brasil.

Desta forma, a moeda norte-americana operava descolada do exterior, onde uma busca pelo risco favorecia o avanço de divisas de países emergentes.

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Às 16:15, o dólar avançava 1,11 por cento, a 4,1917 reais na venda, depois de ir à máxima de 4,1965 reais e a 4,1245 reais na mínima do dia, logo depois da abertura dos negócios. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,65 por cento.

Se mantiver o fôlego, o dólar pode atingir novo patamar recorde de fechamento, batendo o teto registrado em 21 de janeiro de 2016, quando terminou em 4,1655 reais.

"Dúvidas sobre a saúde de Bolsonaro e a expectativa com o Datafolha de amanhã redobraram a cautela dos agentes", comentou um operador de câmbio de uma gestora local.

Na noite passada, o líder das pesquisas de intenção de votos, Jair Bolsonaro (PSL), passou por nova cirurgia e voltou para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Assim, o candidato deve ficar de fora de "agendas de rua" ao menos no primeiro turno da campanha.

Os investidores temem que um candidato que considere menos comprometido com o ajuste fiscal ganhe a disputa pela Presidência em outubro.

O mercado aguardava ainda novas pesquisas de intenção de votos, com destaque para o Datafolha na sexta-feira depois do fechamento dos mercados no Brasil. Os dados para esse levantamento estão sendo colhidos já nesta quinta-feira.

Com o nervosismo eleitoral, o mercado doméstico acabou se descolando no exterior, que tinha dia de busca pelo risco, após a Turquia elevar os juros e os dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos não reforçarem apostas de aumento mais intenso de juros no país.

"Se o núcleo da inflação não melhorar significativamente no próximo ano, isso resultaria em ritmo ainda mais gradual de elevação das taxas", comentou o analista da gestora CIBC Andrew Grantham, em nota.

Juros elevados nos Estados Unidos têm potencial de atrair recursos aplicados em outras praças financeiras, como a brasileira.

Na véspera, os Estados Unidos convidarem os chineses para retomar as conversas comerciais, no momento em que Washington se preparava para intensificar a guerra comercial entre os dois países com tarifas sobre 200 bilhões de dólares em bens chineses.

O dólar caía ante divisas de países emergentes, com destaque para a lira turca, após o banco central do país subir os juros para 24 por cento. Também perdia força ante outras divisas fortes.

O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 4,360 bilhões de dólares do total de 9,801 bilhões de dólares que vencem em outubro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

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