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Dólar sobe e vai a R$3,20 antes de anúncio de meta fiscal

O governo deve anunciar meta de déficit primário de 159 bilhões de reais para 2017 e 2018, sem aumento de impostos, disse uma fonte

Dólar: "Esse aumento do déficit tira um pouco da credibilidade da equipe econômica", afirmou um operador (foto/Thinkstock)

Dólar: "Esse aumento do déficit tira um pouco da credibilidade da equipe econômica", afirmou um operador (foto/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 14 de agosto de 2017 às 17h25.

São Paulo - O dólar encerrou a segunda-feira em alta e voltou ao patamar de 3,20 reais, com os investidores assumindo posições mais defensivas antes de o governo brasileiro anunciar novas e maiores metas fiscais para 2017 e 2018.

O dólar avançou 0,88 por cento, a 3,2020 reais na venda, no maior patamar desde 13 de julho (3,2082 reais). Na máxima de sessão, a moeda norte-americana chegou a 3,2065 reais. O dólar futuro era negociado em alta de cerca de 0,10 por cento.

"Esse aumento do déficit (primário) tira um pouco da credibilidade da equipe econômica", afirmou o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.

O governo deve anunciar meta de déficit primário de 159 bilhões de reais para 2017 e 2018, sem aumento de impostos, disse mais cedo à Reuters uma importante fonte palaciana. Esse é praticamente o mesmo rombo obtido em 2016, buscando sinalizar que pelo menos a trajetória das contas públicas não vai piorar.

O anúncio, que era aguardado para esta segunda-feira, foi adiado. Há, agora, expectativa de que saia na terça-feira. O governo quer assegurar que não haverá necessidade de revisão dos números depois de divulgados.

No mercado, havia temores de que o Brasil possa ser rebaixado mais uma vez pelas agências de classificação de risco por conta da situação fiscal, o que tenderia a espantar investidores estrangeiros.

Para o diretor da agência de classificação de risco Fitch no Brasil, Rafael Guedes, no entanto, a piora na meta de déficit fiscal isoladamente não deve ser suficiente para uma mudança no rating soberano do país.

De todo o modo, a queda-de-braço foi intensa dentro do governo para tentar fechar as contas, com parte do Planalto alinhada com o Ministério do Planejamento no intuito de promover a mudança das metas, em meio ao cenário político mais delicado, com o presidente Michel Temer tendo de buscar apoio no Congresso Nacional para dar andamento às reformas, como a da Previdência.

Mas o Ministério da Fazenda ainda preferia esperar mais para manter a mensagem de maior austeridade.

Os investidores também trabalharam de olho no cenário externo nesta sessão, onde o dólar subia ante uma cesta de moedas.

Os juros futuros norte-americanos embutiam 41 por cento de chances de alta de juros no encontro de dezembro do Federal Reserve. Nesta sessão, pela primeira vez desde março, surgiram apostas de corte de juros na curva, de 2 por cento.

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