Moeda chegou ao maior nível desde 29 de março (Robert Alexander/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 16 de abril de 2019 às 17h34.
Última atualização em 16 de abril de 2019 às 17h44.
O dólar fechou em firme alta ante o real nesta terça-feira, 16, acima da marca de R$ 3,90, no maior patamar do mês, amparado pelo fortalecimento da moeda norte-americana no exterior em meio a um cenário de persistentes ruídos políticos locais.
O dólar negociado no mercado interbancário subiu 0,85%, a R$ 3,9018 na venda. É o maior nível para um fechamento desde 29 de março (3,9154 reais).
Na B3, a referência do dólar futuro tinha alta de 0,79%, a R$ 3,9060.
A bolsa paulista fechou no azul nesta terça, em sessão de recuperação das ações Petrobras, em meio à repercussão benigna de medidas do governo para caminhoneiros, e alta de mais de 3% dos papéis da Vale, após a Justiça autorizar a retomada da operação de sua maior mina em Minas Gerais.
Papéis de empresas de proteínas também se destacaram, com JBS disparando mais de 8% e renovando máxima histórica.
Índice de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa subiu 1,34%, a 94.333,31 pontos, tendo tocado 95.061,95 pontos na máxima. O giro financeiro somou 14 bilhões de reais.
O governo federal anunciou um conjunto de medidas para melhorar as condições de trabalho de caminhoneiros autônomos e reduzir os custos da categoria, incluindo promessa de 2 bilhões de reais para conclusão de obras e manutenção de rodovias.
De acordo com profissionais do mercado ouvidos pela Reuters, ainda é preciso aguardar pelo desfecho da reunião sobre a política de reajustes da Petrobras nesta terça-feira, mas as medidas sinalizaram que a empresa pode ser poupada.
"A leitura é de que o governo quer corrigir o que fez (na última semana, quando pressão do presidente Jair Bolsonaro fez a companhia voltar atrás em aumento do preço do diesel)", destacou o gestor Marco Tulli, da mesa da Bovespa da Coinvalores.
Na última sexta-feira, os papéis da estatal despencaram com a decisão de suspender reajuste anunciado e cancelado na quinta-feira, fazendo a empresa perder mais de 30 bilhões de reais em valor de mercado.
Dados da B3 disponibilizados nesta terça-feira sobre as negociações de estrangeiros no segmento Bovespa no último dia 12 de abril mostraram saída líquida de 2,8 bilhões reais naquele pregão.
Em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro reúne-se com os ministros de Minas e Energia e da Infraestrutura, além do presidente da Petrobras e técnicos da área para discutir a política de reajustes da petrolífera de controle estatal.
As discussões sobre a reforma da Previdência permaneceram no radar. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara ignorou acordo fechado entre lideranças na véspera que prevê a votação da matéria na próxima semana e afirmou que ainda decidirá se ela poderá ser votada nesta semana.
No exterior, Wall St encontrou suporte em resultados corporativos como o da Johnson & Johnson e na alta de papéis de companhias de tecnologia. As bolsas na Ásia fecharam no azul, mesma direção de pregões na Europa.
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON subiram 3,05 e 3,57 por cento, respectivamente, com investidores repercutindo medidas para caminhoneiros e atentos a uma reunião no Planalto sobre a política de preços da companhia. Mais cedo, ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que o governo sempre afirmou que a Petrobras tem autonomia para realizar a sua política de preços de combustíveis.
- JBS disparou 8,48 por cento, para 19,45 reais, cotação recorde para fechamento, tendo como pano de fundo expectativas favoráveis de analistas para a processadora de carne em razão da disseminação da gripe suína africana na China, com o Morgan Stanley elevando a recomendação dos papéis para 'overweight'. No setor, MARFRIG avançou 7,42 por cento e BRF saltou 6,26 por cento.
- VALE fechou em alta de 3,45 por cento, acelerando os ganhos após decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais autorizar a mineradora a retomar a operação de sua mina Brucutu, a maior de minério de ferro da companhia em Minas Gerais, segundo documento visto pela Reuters.
- SABESP valorizou-se 3,61 por cento, em meio a perspectivas de mudanças na Medida Provisória do marco regulatório do saneamento, que podem facilitar a privatização da companhia de água e esgoto do Estado de São Paulo.
- BANCO DO BRASIL subiu 2,07 por cento, em sessão positiva para empresas de controle estatal, enquanto os privados ITAÚ UNIBANCO PN e BRADESCO PN encerraram com decréscimos de 0,09 e 0,17 por cento, respectivamente.
- VIA VAREJO cedeu 3,37 por cento e B2W recuou 3,66 por cento, em sessão mais fraca do setor de varejo. MAGAZINE LUIZA perdeu 0,26 por cento.
- BRASKEM PNA caiu 0,16 por cento, após a Justiça de Alagoas suspender o pagamento de dividendos de 2,7 bilhões de reais, em meio a acusações de envolvimento da petroquímica em um fenômeno geológico ocorrido em bairros próximos à área de extração de salgema na capital alagoana.