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Dólar sobe ao pico em mais de 2 meses por Irlanda e China

A divisa norte-americana avançou 0,93 por cento, a 1,740 real na venda

Dólar tem maior cotação desde 1o de setembro, quando o dólar fechou a 1,747 real (Patrick Lin/AFP)

Dólar tem maior cotação desde 1o de setembro, quando o dólar fechou a 1,747 real (Patrick Lin/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2010 às 17h28.

São Paulo - O dólar subiu ao maior nível em dois meses e meio nesta terça-feira, avançando pela quarta sessão seguida ante o real em linha com o movimento da moeda no exterior, num dia contaminado por preocupações com Irlanda e China.

A divisa norte-americana avançou 0,93 por cento, a 1,740 real na venda. É a maior cotação desde 1o de setembro, quando o dólar fechou a 1,747 real. Ante uma cesta de moedas, o dólar alcançava a máxima em sete meses, beneficiado pelo recuo do euro.

"Essa alta do dólar tem motivos particularmente externos. Os problemas de dívida na Irlanda e de inflação na China estão preocupando os mercados, que correm para ativos mais seguros", disse Reinaldo Bonfim, diretor da Pionner Corretora.

As bolsas de valores globais e as commodities sofriam consideráveis perdas nesta sessão, numa onda de aversão a risco em meio a temores de que a Irlanda não consiga pagar suas dívidas.

Apesar dos problemas que vêm afetando as finanças do país, Dublin nega a necessidade de um socorro emergencial, mas, segundo o Wall Street Journal, autoridades europeias avaliam um pacote entre 80 bilhões e 100 bilhões de euros.

Em discurso ao Parlamento nesta sessão, o premiê irlandês, Brian Cowen, disse que a União Europeia e a Irlanda devem encontrar uma solução confiável para a crise de dívida, que tem levado os custos de empréstimos por Dublin às máximas recordes desde a criação do euro.

Não bastassem os problemas na Europa, a China também não deu trégua aos investidores. Pequim anunciou que vai efetuar controle sobre preços de alimentos e combater especulações nas commodities agrícolas, numa tentativa de frear a inflação.

A medida sugere que o país pode estar prestes a adotar um novo aperto monetário, o que reduziria o apetite por matérias-primas, principal produto da pauta de exportações brasileira.

Os analistas do HSBC lembraram que o real vem demonstrando um desempenho mais fraco nas últimas sessões, citando que pesadas posições vendidas em dólar tornaram as cotações mais vulneráveis à correção.

Desde 4 de novembro, último dia em que o dólar caiu, os investidores estrangeiros reduziram em 27 por cento suas apostas na valorização do real, diminuindo a posição vendida em dólares a 11,776 bilhões de dólares nos mercados futuro e de cupom cambial (DDI) da BM&FBovespa.

"Mas o real também tem sofrido por ameaças de intervenção. Investidores permanecem nervosos e não inclinados a voltar para a moeda, sabendo do risco de mais medidas de controle de capital", disseram em relatório.

O operador de uma corretora em São Paulo, que pediu anonimato, notou ordens de "stop loss" quando a cotação alcançou 1,735 real.

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