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Dólar sobe a R$3,25 após governo desistir de Previdência

A trajetória de alta da moeda no mercado local acompanhou a cena externa, onde o dólar dava continuidade à recuperação da mínima de três anos

Dólar: moeda fechou em alta um dia depois de o governo ter jogado a toalha sobre a reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem (foto/Thinkstock)

Dólar: moeda fechou em alta um dia depois de o governo ter jogado a toalha sobre a reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem (foto/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 20 de fevereiro de 2018 às 17h09.

São Paulo - O dólar fechou em alta e de volta ao patamar de 3,25 reais nesta terça-feira, acompanhando a cena externa e um dia depois de o governo ter jogado a toalha sobre a reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem.

O dólar avançou 0,63 por cento, a 3,2555 reais na venda, depois de fechar a véspera em alta de 0,43 por cento.

Na mínima da sessão, a moeda norte-americana marcou 3,2397 reais e, na máxima, 3,2577 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,50 por cento no final da tarde.

"O mercado já esperava o enterro da reforma", afirmou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva, ao citar as cotações "comportadas" e a sintonia com o cenário externo neste pregão.

Na véspera, o governo formalizou que não votará a reforma da Previdência agora, como era previsto, sob a justificativa do decreto de intervenção federal no Rio de Janeiro. Como paliativo, anunciou um conjunto de medidas econômicas, boa parte já em tramitação no Congresso, numa tentativa de reafirmar o compromisso com o equilíbrio fiscal.

"O pacote é inócuo. O governo tenta jogar alguma migalha para o mercado com as medidas, que igualmente (à Previdência) terão que ser aprovadas pelo Congresso", acrescentou Gomes da Silva, ao lembrar da falta de apoio para passar a Previdência.

Entre as medidas, estão a privatização da Eletrobras e a reoneração da folha de pagamentos. Dentro da equipe econômica, no entanto, há avaliações de que esses projetos dificilmente serão aprovadas neste ano.

"O governo não criou uma pauta nova. Só anunciou novamente. Não faz preço", afirmou o gerente da mesa de câmbio do banco Ourinvest, Bruno Foresti, acrescentando que aumentam as expectativas de possível novo rebaixamento da nota do Brasil por agências de rating.

A trajetória de alta da divisa norte-americana no mercado local acompanhou a cena externa, onde o dólar dava continuidade à recuperação da mínima de três anos contra a cesta de moedas, tendo recuperado 1,5 por cento desde sexta-feira diante da visão de que deveria passar por uma correção após fortes vendas nas últimas semanas.

O dólar também subia ante moedas de países emergentes, como o peso mexicano e a lira turca.

O Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de até 9.500 contratos de swap cambial tradicional --equivalentes à venda futura de dólares-- para rolagem do vencimento de março. Desta forma, já rolou 3,8 bilhões de dólares do total de 6,154 bilhões de dólares que vencem no mês que vem.

Mantido esse volume diário até o final do mês e vendendo os lotes todos, rolará integralmente os swaps que vencem agora.

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