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Dólar sobe 0,45% no dia, mas acumula perda de 1,38% na semana

Em julho, até agora, o dólar já perdeu 5,19% com o mercado acreditando que, mesmo que Temer perca seu mandato, a agenda de reformas continuará

Dólar: "O dólar caiu muito neste mês e era natural que em algum momento passasse por correção" (Getty Images/Getty Images)

Dólar: "O dólar caiu muito neste mês e era natural que em algum momento passasse por correção" (Getty Images/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 21 de julho de 2017 às 17h26.

Última atualização em 21 de julho de 2017 às 17h36.

São Paulo - Depois de chegar próximo ao patamar de 3,10 reais com os investidores animados com o sinal de comprometimento do governo com a meta fiscal deste ano, o dólar atraiu compradores e fechou a sexta-feira em alta, interrompendo sequência de cinco quedas diárias consecutivas.

O dólar avançou 0,45 por cento, a 3,1408 reais na venda, mas acumulou perda semanal, pela terceira vez seguida, de 1,38 por cento.

Na mínima da sessão, a moeda norte-americana atingiu 3,1108 reais e, na máxima, foi a 3,1432 reais. O dólar futuro tinha elevação de cerca de 0,60 por cento no final da tarde.

"O dólar caiu muito neste mês e era natural que em algum momento passasse por correção", afirmou o operador da Spinelli Corretora, José Carlos Amado.

Em julho, até agora, o dólar já perdeu 5,19 por cento com o mercado acreditando que, mesmo que o presidente Michel Temer eventualmente perca seu mandato, a agenda de reforma continuará com a permanência da atual equipe econômica.

Temer foi denunciado por crime de corrupção passiva após delações de executivos do grupo J&F, e tem usado diversos instrumentos --como liberar recursos a emendas parlamentares-- para tentar manter apoio político e evitar que a denúncia siga em frente.

Nesta sessão, o mercado buscou testar o nível de 3,10 reais, animados com o fato de o governo ter reforçado as ações para tentar garantir a meta fiscal deste ano. Na véspera, elevou as alíquotas de PIS/Cofins dos combustíveis e anunciou contingenciamento adicional no Orçamento para este ano.

O mercado entende que o controle das contas públicas é essencial para colocar a economia brasileira na rota de crescimento mais sustentável e o sinal emitido pelo governo, de maior austeridade, trouxe conforto.

A perspectiva de ingresso de recursos externos via abertura de capital de algumas empresas também favoreceu o recuo do dólar em parte da sessão.

Durante o pregão, no entanto, investidores saíram às compras para aproveitar o baixo nível do dólar, invertendo o ritmo de queda frente ao real. O patamar de 3,10 reais era o piso informal do mercado no período que antecedeu o recrudescimento da crise política, em meados de maio.

O Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de até 8,3 mil swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem em agosto. Com isso, já rolou 4,150 bilhões de dólares do total de 6,181 bilhões de dólares que vence no mês que vem.

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