Mercados

Dólar sobe 0,27% de olho em rolagem de swap e ações do Fed

O dólar teve valorização de 0,27 por cento e fechou a 2,0484 reais

A mínima recorde do dólar ante o iene é de 79,75, a mínima intradia atingida em 19 de abril de 1995 (Getty Images)

A mínima recorde do dólar ante o iene é de 79,75, a mínima intradia atingida em 19 de abril de 1995 (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2012 às 18h40.

São Paulo - O dólar fechou em alta pela terceira sessão seguida nesta quarta-feira, com a expectativa de que o Banco Central deixe vencer contratos de swap que vencem no dia 3 de setembro, reduzindo a oferta de moeda estrangeira no mercado futuro.

A alta foi também impulsionada por investidores que desejam uma cotação mais elevada para o dólar no fechamento da Ptax do mês de agosto. Além disso, incertezas quanto a ações adicionais de estímulo monetário por parte de bancos centrais no exterior elevaram a cotação da moeda norte-americana ante as principais divisas.

O dólar teve valorização de 0,27 por cento e fechou a 2,0484 reais. Durante o dia, a moeda oscilou entre 2,0460 e 2,0549 reais.

"O motivo para a alta de hoje é o mesmo dos dois dias anteriores. Tem o swap vencendo e o mercado começa a trabalhar com um patamar mais alto da moeda. Claro que o cenário externo ainda mantém certa cautela", disse o operador de câmbio da Renascença Corretora José Carlos Amado.

Na próxima segunda-feira, vencem contratos de swap cambial tradicional no valor de 4,45 bilhões de dólares, além de contratos de swap reverso no valor de 350 milhões de dólares.


Como o BC tem deixado claro que não quer o dólar abaixo de 2 reais, parte do mercado acredita que ele não rolará os contratos de swap tradicional, que foram originalmente vendidos para segurar a queda da moeda norte-americana ante o real.

No dia 21 de agosto, quando o dólar ensaiava romper o piso informal de 2 reais, o BC interveio no mercado com um leilão de swap cambial reverso --operação que equivale a uma compra de dólares no mercado futuro. Desde essa data, a moeda norte-americana já se valorizou 1,61 por cento ante o real.

"A tendência passou a ser de alta do dólar, o piso de 2 reais ficou claro", acrescentou Amado.

 A proximidade do fechamento da Ptax de agosto na sexta-feira também pressionava a moeda norte-americana para cima. A taxa serve como referência para outras operações financeiras e acaba gerando uma espécie de batalha entre os investidores, que querem garantir a melhor taxa de câmbio para seus negócios.

A possibilidade de que Banco Central continue a reduzir a taxa Selic dava suporte adicional às cotações do dólar. Com a taxa básica de juros menor, o Brasil pode atrair menos investimentos estrangeiros, reduzindo a liquidez no mercado de câmbio.

A previsão é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anuncie nesta noite, ao fim da sua reunião, um corte de 0,50 ponto percentual na Selic, que deve cair para a nova mínima recorde de 7,50 por cento. O mercado também tem ampliado as apostas em mais um corte da taxa na reunião de outubro do Copom.

No cenário externo, permanecem incertezas sobre as esperadas medidas dos bancos centrais para estimular a economia.

Dúvidas sobre uma terceira rodada de compras de ativos pelo Federal Reserve, ou "quantitative easing", cresceram após o governo norte-americano revisar para cima o Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano do segundo trimestre.

Embora o ritmo de crescimento tenha continuado muito lento para que mais ações de estímulo sejam descartadas pelo Fed, alguns investidores se mostravam mais cautelosos sobre a possibilidade de que medidas sejam anunciadas num encontro de bancos centrais em Jackson Hole nesta sexta-feira.

"Acho que existe muita dúvida lá fora. Os Estados Unidos já vem há muito tempo com dados mistos. Na Europa também há incerteza e isso traz mais cuidado para o mercado, que está atento se vão vir medidas (de BCs)", afirmou Amado.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarMoedas

Mais de Mercados

Conglomerado de Buffet desfaz quase metade de sua participação na Apple

Nasdaq cai 2,4% puxado por Intel e Amazon e aprofunda correção

Ibovespa cai 1,2% com pessimismo nos EUA e volta aos 125 mil pontos

Payroll, repercussão de balanços das big techs e produção industrial no Brasil: o que move o mercado

Mais na Exame