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Dólar sobe 0,24% com exterior e expectativa de medidas

A cotação subiu 0,24 por cento, para 1,7367 real na venda

Dólar superava 1,80 real pela primeira vez em um mês (Getty Images)

Dólar superava 1,80 real pela primeira vez em um mês (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 5 de março de 2012 às 17h50.

São Paulo - O dólar fechou em leve alta frente ao real nesta segunda-feira, captando o clima de maior aversão a risco no exterior e com investidores na expectativa do anúncio de mais medidas para conter uma nova série de quedas da moeda norte-americana.

A cotação subiu 0,24 por cento, para 1,7367 real na venda. Trata-se da segunda alta seguida da moeda norte-americana, que na sexta-feira já havia registrado valorização de 1,2 por cento.

A divisa iniciou os negócios dessa sessão em alta, mas passou a cair durante parte da manhã, com mínima de 1,7246 real (-0,46 por cento). À tarde, o dólar voltou a ganhar força, alcançando 1,7387 real (+0,35 por cento) na máxima do dia.

"O dia hoje lá fora não está bom e também pesa a possibilidade de o governo atuar no câmbio. Os últimos recados do governo têm sido muito firmes e o mercado tende a dar uma segurada nas apostas contra o dólar por enquanto", disse o diretor de câmbio da Intercam Corretora, Jaime Ferreira.

O BC fez mais um leilão de compra de dólares no mercado à vista nesta sessão, definindo como corte a taxa de 1,7346 real.

O governo tem endurecido o discurso contra a valorização excessiva do real e as políticas expansionistas de países desenvolvidos, que têm inundado o sistema financeiro de dólares e reduzido a competitividade de nações emergentes.


Na Alemanha, a presidente Dilma Rousseff disse que o governo brasileiro estuda novas medidas para proteger o câmbio. Ela afirmou que outras ações estão sendo analisadas, mas negou haver estudo para a imposição de uma "quarentena", que estabeleceria um prazo mínimo de permanência do capital estrangeiro no país.

Apenas na última quinta-feira, o Brasil anunciou duas medidas para frear a depreciação do dólar.

Os analistas da Capital Economics chamaram atenção para o retorno dos fluxos de capital a países da América Latina. Em relatório, eles disseram esperar mais intervenções nos mercados de câmbio por meio de controles de capital e novas restrições a empréstimos bancários.

"Mas a história sugere que, embora tais medidas possam alterar a composição dos fluxos de capital, é improvável que elas evitem todos os problemas", acrescentaram.

Desde o início do ano, já ingressam ao Brasil mais de 12,5 bilhões de dólares em termos líquidos, segundo dados do próprio BC.

A alta do dólar nesta sessão também refletiu o mau humor nos mercados internacionais, em meio a renovadas preocupações com a economia mundial, após a China cortar sua meta de crescimento econômico neste ano e dados referendarem temores com a fraqueza da atividade na zona do euro.

Os dólares australiano e neozelandês, de perfil semelhante ao real, também perdiam terreno frente ao dólar norte-americano. O euro, contudo, sustentava ligeira alta. 

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