Cédula de 100 dólares: às 11h25, o dólar avançava 0,22 por cento, a 2,1640 reais na venda, depois de atingir 2,1474 reais na mínima do dia (Adek Berry/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2013 às 11h37.
São Paulo - O dólar operava em alta ante o real nesta sexta-feira, num movimento técnico após cair abaixo de 2,15 reais na venda pela primeira vez em mais de quatro meses.
Às 11h25, o dólar avançava 0,22 por cento, a 2,1640 reais na venda, depois de atingir 2,1474 reais na mínima do dia.
Na sessão anterior, a divisa caiu 0,70 por cento, para 2,1593 reais, o menor nível de fechamento desde 14 de junho.
"No fundo, com o dólar chegando abaixo de 2,15 reais, o mercado começa a se defender", afirmou economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank, Jankiel Santos.
Apesar da alta desta sessão, a moeda norte-americana vem perdendo força em relação ao real desde que o Banco Central anunciou o programa de intervenções diárias no mercado de câmbio previsto para durar até o fim deste ano. Desde 22 de agosto, dia do anúncio, a divisa já acumula queda superior a 11 por cento.
O BC realiza mais uma intervenção ao vender 1 bilhão de dólares com compromisso de recompra em 2 de julho de 2014.
De olho no Fed
Além do fôlego que a intervenção do BC dá à queda do dólar ante o real, a expectativa de investidores sobre a manutenção do ritmo de compra de ativos pelo Federal Reserve em 85 bilhões de dólares mensais criou um ambiente favorável ao real na primeira hora do pregão. O programa do BC dos Estados Unidos é responsável pelo aumento da liquidez nos mercados mundiais.
Analistas acreditam que o Fed vai manter o tamanho do estímulo monetário diante as incertezas fiscais no país, já que o acordo entre democratas e republicanos para por um fim à paralisação do governo dos Estados Unidos e elevar o teto da dívida é apenas temporário.
O acordo prevê que o financiamento do governo será mantido até 15 de janeiro e o aumento da possibilidade de financiamento do país se estenderá até 7 de fevereiro, quando os norte-americanos correm o risco de enfrentar uma nova disputa política.
"Em função do acordo transitório nos EUA e da expectativa de que a retirada de estímulos do Fed será adiada, o mercado espera que fluxo em países emergentes será melhor", disse economista-chefe da INVX Global, Eduardo Velho.
Também contribuiu com a queda do início do pregão o crescimento da economia da China entre julho e setembro no ritmo mais rápido deste ano também aumentou o apetite de investidores ao risco. A segunda maior economia do mundo cresceu 7,8 por cento no terceiro trimestre na comparação com o mesmo período de um ano antes, em linha com o esperado.
"Um crescimento melhor da China, de certa maneira reduz a aversão ao risco e mantém o dólar mais baixo", acrescentou Velho, INVX Global.