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Dólar segue exterior e recua

Os agentes de câmbio retomaram o compasso de espera por um novo leilão de swap cambial reverso

Um brasileiro troca reais por dólares numa casa de câmbio no centro do Rio de Janeiro (Reuters)

Um brasileiro troca reais por dólares numa casa de câmbio no centro do Rio de Janeiro (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2012 às 10h21.

São Paulo - A queda generalizada do dólar no exterior pressiona a abertura do mercado doméstico. Porém, o recuo da moeda norte-americana no Brasil ao longo da sessão poderá ser contido pelo próprio mercado, que voltou a trabalhar esta semana sob um forte propósito de intervenção do Banco Central para impedir a valorização do real.

O dólar futuro para novembro de 2012 abriu a R$ 2,0370, com leve queda de 0,10%. Até 9h41, esse vencimento oscilou entre mínima de R$ 2,0365 (-0,12%) e máxima de R$ 2,0395 (+0,03%). No mercado à vista, a moeda norte-americana começou a ser negociada no balcão a R$ 2,0320, com baixa de 0,20% - na mínima. Até 9h42, a máxima foi de R$ 2,0340 (-0,10%).

Os agentes de câmbio retomaram o compasso de espera por um novo leilão de swap cambial reverso, operação equivalente à compra de dólar no mercado futuro, desde que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reafirmaram em Tóquio no fim de semana que o governo e o BC vão fazer tudo o que for necessário para que os efeitos da crise internacional não atinjam o País.

Para que volte a ocorrer uma atuação oficial, no entanto, o dólar teria de cair abaixo de R$ 2,03, que se tornou recentemente um piso informal da moeda, avaliou um operador de tesouraria de um grande banco nacional. O sentimento no mercado também é de que o BC poderá defender uma elevação do teto informal de preço do dólar, dos atuais R$ 2,05 para entre R$ 2,08 a R$ 2,10, afirmou esse profissional.

Essa opinião é compartilhada pelo economista Sidnei Nehme, da NGO Corretora. Segundo ele, o governo já reduziu os juros, mas os sinais para 2013 ainda não são bons no contexto geral, porque não há previsão de uma conclusão para a crise na zona do euro e o crescimento mundial poderá ser mais fraco. Por isso, afirmou o economista, o governo pode abrir o teto da banda informal de oscilação, deixando o dólar subir um pouco mais, até R$ 2,10, para incentivar a indústria a aumentar a capacidade competitiva no exterior. De outro lado, uma subida do dólar encareceria o produto importado aqui, abrindo espaço para a indústria doméstica, analisou o especialista.

"O BC avalia que o fraco desempenho externo vai trazer a inflação para o ponto certo em 2013 e deve abrir o teto da banda cambial para incentivar a indústria porque 2013 pode ser repetição de 2012, já que não se vislumbra solução definitiva para a Europa o crescimento deve ser menor nos EUA e China", comentou.


No exterior, o euro ultrapassou US$ 1,31 nesta quarta-feira, impulsionado pela decisão da agência Moody's de manter o rating da Espanha em nível de investimento e a expectativa crescente de que a Espanha se prepara para pedir uma linha de crédito do fundo de resgate permanente da zona do euro, o Mecanismo de Estabilidade Europeu (ESM, na sigla em inglês).

Em Nova York, às 9h40, o euro estava em US$ 1,3127, de US$ 1,3054 no fim da tarde de ontem.

O dólar norte-americano também recuava em relação ao dólar australiano (-0,30%), ao dólar canadense (-0,37%) e ao dólar neozelandês ((-0,23%).

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