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Dólar se firma em alta com "regra de ouro" e exterior no radar

Às 9h53 desta segunda, a moeda americana à vista subia 0,24%, aos R$ 3,2413. O dólar futuro de fevereiro avançava 0,34% no mesmo horário, aos R$ 3,2510

Dólar: mercado local se alinha ao viés positivo da moeda americana no exterior em relação a divisas principais (Gary Cameron/Reuters)

Dólar: mercado local se alinha ao viés positivo da moeda americana no exterior em relação a divisas principais (Gary Cameron/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de janeiro de 2018 às 10h21.

São Paulo - O dólar se firmou em leve alta, após oscilar entre margens estreitas nos primeiros negócios desta segunda-feira, 8.

O mercado local se alinha ao viés positivo da moeda americana no exterior em relação a divisas principais e grande parte das moedas ligadas a commodities.

Além disso, segundo o operador de uma corretora, estão no radar as negociações do governo com a Câmara dos Deputados para flexibilizar a regra que impede o endividamento para pagar despesas do dia a dia do governo - a chamada "regra de ouro".

O ajuste ocorre ainda após o dólar ter acumulado queda de 2,47% no mercado à vista na semana passada. Na sexta-feira, dia 5, terminou aos R$ 3,2337, no menor patamar desde 28 de novembro de 2017 (R$ 3,2131).

Às 9h53 desta segunda, o dólar à vista subia 0,24%, aos R$ 3,2413. O dólar futuro de fevereiro avançava 0,34% no mesmo horário, aos R$ 3,2510.

Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, neste domingo, 7, o procurador que denunciou as pedaladas fiscais ainda no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Julio Marcelo, afirmou que abrir mão da chamada "regra de ouro" é quebrar a responsabilidade fiscal e um retrocesso histórico para as finanças públicas do País.

O procurador do MP junto ao TCU diz que não há espaço para aventura fiscal em ano eleitoral. Ele ataca a operação de socorro da Caixa com recursos do FGTS. Para ele, o governo pode estar reeditando a mesma fórmula usada na gestão da petista com o BNDES. "Esses R$ 15 bilhões autorizados são apenas a ponta do iceberg. Pode chegar a R$ 100 bilhões", alertou.

Contudo, a possibilidade de ingressos de recursos estrangeiros está sendo monitorada e eventual queda ante o real não é descartada no dia.

Na Pesquisa Focus, do Banco Central, divulgada pela manhã, a projeção para a cotação da moeda americana no fim de 2018 seguiu em R$ 3,34. Há um mês, estava em R$ 3,30. O câmbio médio de 2018 foi de R$ 3,31 para R$ 3,32, ante R$ 3,29 de um mês antes.

No exterior, o dólar avançou na sexta-feira e segue forte nesta segunda-feira, reagindo ainda aos dados positivos no relatório de empregos - conhecido como payroll - divulgado pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos na sexta-feira.

A economia americana criou 148 mil postos de trabalho em dezembro, abaixo dos 180 mil novos empregos esperados por analistas.

No entanto, os investidores focaram em aspectos mais positivos do relatório. A taxa de desemprego permaneceu em 4,1%, no menor nível em 17 anos no terceiro mês seguido.

Ao mesmo tempo os ganhos por hora trabalhada melhoram moderadamente durante em dezembro, e subiu 2,5% na comparação com o ano anterior.

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