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Dólar reduz alta com fluxo, mas cautela externa permanece

Pela manhã, o dólar chegou a subir mais de 1 por cento ante o real diante de preocupações com a possibilidade de a Grã-Bretanha deixar a zona do euro


	Dólar: "O mercado está muito leve hoje, operando lotes muito pequenos. Qualquer fluxo pequeno faz estrago na cotação"
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Dólar: "O mercado está muito leve hoje, operando lotes muito pequenos. Qualquer fluxo pequeno faz estrago na cotação" (FreeImage)

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Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2016 às 15h54.

São Paulo - O dólar reduziu a alta frente ao real durante a tarde desta quinta-feira, reagindo a vendas pontuais de divisas em uma sessão marcada por baixo volume de negócios e pelo mau humor nos mercados externos.

Às 15:43, o dólar avançava 0,21 por cento, a 3,4738 reais na venda, após atingir 3,5118 reais na máxima do dia e 3,4638 reais na mínima.

O dólar futuro recuava 0,10 por cento.

"O mercado está muito leve hoje, operando lotes muito pequenos. Qualquer fluxo pequeno faz estrago na cotação", disse o operador de uma corretora internacional.

Pela manhã, o dólar chegou a subir mais de 1 por cento ante o real diante de preocupações com a possibilidade de a Grã-Bretanha deixar a zona do euro.

O referendo de 23 de junho sobre o tema vem assustando investidores, que evitavam ativos de maior risco com medo de impactos adversos sobre a economia global.

Pesquisa publicada nesta manhã mostrou crescimento do apoio à saída da Grã-Bretanha do bloco econômico, somando 53 por cento. Trata-se do nível mais alto de apoio registrado na campanha em mais de três anos.

"O mercado está dando muita importância para a questão da Grã-Bretanha", resumiu o operador da corretora Correparti Guilherme Esquelbek.

A decisão do Banco do Japão, banco central do país, de não oferecer novos estímulos monetários também contribuía para o mau humor.

No Brasil, investidores também demonstravam cautela diante do quadro político incerto. Na véspera, delação premiada citando o presidente interino Michel Temer pressionou fortemente o câmbio, mas o movimento perdeu força ao longo do dia.

O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado disse em delação premiada que Temer pediu recursos ilícitos para a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo em 2012, segundo documento tornado público pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

"A denúncia serve de lembrete de que a Lava Jato é o maior obstáculo enfrentado por Temer. Mas na lista de denúncias, essa não parece ser muito severa", escreveram analistas da consultoria de risco político Eurasia Group em relatório.

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