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Dólar recua com expectativa sobre Previdência; Bolsa renova recorde

Às 12:10, o dólar recuava 0,15% e chegou a 3,8180 reais na venda

Dólar: a semana será marcada pela expectativa da cúpula do G20 no Japão (Chris Clor/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 24 de junho de 2019 às 09h28.

Última atualização em 24 de junho de 2019 às 14h03.

São Paulo — O dólar rondava estabilidade nesta segunda-feira, esboçando viés de queda depois de subir mais cedo, enquanto agentes financeiros monitoram discussões sobre a reforma da Previdência na comissão especial e na expectativa pela cúpula do G20 no Japão, onde Estados Unidos e China devem se reunir para tratar da guerra comercial.

Às 12:10, o dólar recuava 0,15%, a 3,8180 reais na venda.

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Na sexta-feira, o dólar caiu 0,68%, a 3,8239 reais, menor patamar em três meses.

Neste pregão, o dólar futuro caía cerca de 0,2%.

"(Dólar) oscilando sem grandes alterações até que tenha notícia nova tanto lá fora quanto aqui. Aqui o mais relevante vai ser na terça-feira, com a retomada dos trabalhos na comissão especial", disse Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria.

Agentes financeiros iniciam a semana na expectativa pelo fim da discussões e votação do parecer da reforma da Previdência na comissão especial.

Na semana passada, o presidente da comissão especial da reforma da Previdência, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), disse que retomaria os trabalhos na manhã de terça-feira.

Na sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro minimizou a possibilidade de a comissão especial não conseguir votar o parecer da proposta nesta semana, em razão do tradicional esvaziamento dos trabalhadores do Congresso devido aos festejos juninos.

"É viável uma votação na quinta-feira, mas a possibilidade de que fica pra próxima semana precisa ser considerada", explicou Campos Neto. "Esfria um pouco desse clima de melhora que tomou conta. Não reverte, mas gera um pouco de cautela".

Investidores trazem a preocupação de que o texto possa ser votado no plenário da Câmara, para onde segue finalizada a tramitação na comissão especial, antes do recesso parlamentar.

No panorama externo, investidores aguardam atentos a cúpula do G20, quando os presidentes dos Estados Unidos e China, Donald Trump e Xi Jinping, devem se reunir para tratar da disputa comercial.

O vice-ministro do Comércio chinês, Wang Shouwen, disse nesta segunda-feira que tanto a China quanto os EUA deveriam fazer concessões nas negociações comerciais.

Também permanece no radar do mercado as tensões geopolíticas entre EUA e Irã. Uma autoridade norte-americana disse nesta segunda-feira que Trump está disposto a conversar com o governo iraniano sobre um acordo para suspender as sanções norte-americanas.

De maneira geral, o dólar desvalorizava-se frente a outras moedas nesta segunda-feira, ainda pela percepção de que bancos centrais ao redor do mundo, liderados pelo Federal Reserve, deverão promover afrouxamento da política monetária em um cenário de crescentes sinais de fraqueza econômica global.

O BC vendeu nesta segunda-feira todos os 5,05 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados em rolagem do vencimento julho.

Em 37 operações, o BC já rolou 9,343 bilhões de dólares, de um total de 10,089 bilhões de dólares a expirar em 1º de julho. O estoque de swaps do BC no mercado é de 68,863 bilhões de dólares. (Por Laís Martins Edição de Camila Moreira e José de Castro)

Ibovespa

O principal índice da Bovespa testava novas máximas nesta sexta-feira, à medida que os negócios alinhavam os preços dos papéis de empresas brasileiras à alta ocorrida na véspera em Wall Street, quando o mercado doméstico estava fechado por feriado.

Às 11:19, o Ibovespa mostrava valorização de 1,47%, aos 101.772,89 pontos. O giro financeiro da sessão espremida entre o feriado e final de semana somava 4,2 bilhões de reais.

"A expectativa é de Bovespa em alta ajustando feriado", afirmou em nota o economista-chefe do banco digital Modalmais, Alvaro Bandeira.

Na véspera, o índice S&P 500 teve nova máxima recorde, com impulso das expectativas de que o Federal Reserve reduzirá taxas de juros dos Estados Unidos, para compensar possíveis efeitos negativos da guerra comercial do país com a China. O índice dos principais American Depositary Receipts (ADRs) brasileiros teve alta de 1,9%.

Na quarta-feira, os comitês de política monetária dos Estados Unidos (Fomc) e do Brasil (Copom) mantiveram as taxas básicas de juros em suas jurisdições, mas os comunicados que se seguiram foram percebidos pelo mercado como abertura de caminho para cortes de taxas mais adiante, o que animou investidores.

Para especialistas, o otimismo só não era maior devido ao agravamento das tensões entre EUA e Irã. O governo norte-americano teria autorizado ataque ao Irã --sob justificativa de que o governo iraniano teria derrubado um drone dos EUA. Mas a operação de ataque acabou cancelada.

Destaques

- JBS subia 3,5%. Na quarta-feira à noite, a maior produtora de carnes do mundo anunciou ter concluído o pagamento de 2,7 bilhões de reais como parte de dívidas com bancos, explicando que isso refletia a estratégia de reduzir dívidas e estender o prazo médio de pagamento.

- EMBRAER avançava 3,5%. A fabricante brasileira de aviões anunciou na véspera que a holandesa KLM assinou carta de intenção para comprar 15 jatos E-195 E2, com opção para adquirir outras 20 aeronaves do tipo, numa operação de até 2,5 bilhões de dólares.

- SMILES recuava 2,4%. A administradora de programas de fidelidade Smiles afirmou nesta manhã ter sido notificada que sua controladora, a empresa aérea Gol, pretende reajustar preços das passagens padrão e milhas. A ação da Gol perdia 1,9%.

- PETROBRAS crescia 2,4%, alinhando-se à alta de seus recibos de ações em Nova York na véspera e à valorização dos preços internacionais do petróleo, diante da forte tensão entre Estados Unidos e Irã.

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