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Dólar fecha em alta e supera R$ 5,66 após Trump afirmar que está com covid

Fala de presidente do Banco Central sobre possibilidade de subir juros faz moeda americana operar em queda pela manhã, mas pressão internacional prevalece

Dólar passa a subir e renova máxima desde fim de maio (Dado Ruvic/Reuters)
GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 2 de outubro de 2020 às 09h16.

Última atualização em 2 de outubro de 2020 às 17h28.

Depois de passar a manhã desta sexta-feira, 2, em queda, o dólar virou e fechou em alta de 0,2%, sendo negociado a 5,666 reais na venda. O movimento acompanhou a aversão ao risco no exterior, refletindo  as incertezas sobre os impactos da contaminação de Donald Trump por coronavírus.

“A falta de clareza no curto prazo desencadeia uma onda de cautela. As preocupações em relação à saúde do presidente e as incertezas quanto ao futuro da disputa eleitoral elevam a percepção de risco”, avaliam analistas da Exame Research.

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Divulgado ainda de madrugada pelo Twitter do presidente Trump, o resultado do teste de coronavírus, que deu positivo, segundo ele, causou reação imediata no mercado financeiro global, com o índice americano S&P 500 futuros aprofundando as perdas. No mercado de câmbio, o índice Dxy, que mede o desempenho do dólar contra pares desenvolvidos bateu a máxima dos últimos cinco dias. Perante moedas emergentes, o movimento do dólar também é de alta.

Pela manhã, a valorização do real a refletia a possibilidade de o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, elevar as taxas de juros caso o teto de gastos fosse furado. Segundo reportagem da Reuters, declaração nesse sentido foi dada em reunião fechada realizada na quinta-feira, 1.

Com a alta dos juros, a moeda local tenderia a se valorizar, com os rendimentos em renda fixa tornando-se mais atrativos para investidores estrangeiros, e consequentemente, aumentando a entrada de dólares no país. “A moeda só não estava caindo mais devido ao movimento de aversão ao risco devido ao coronavírus do Trump”, afirma Fernanda Consorte, economista-chefe do banco Ourinvest.

No radar dos investidores também esteve o relatório de empregos (payroll) dos Estados Unidos. Embora seja considerado o dado econômico mais importante do mercado financeiro, desta vez, seu efeito no mercado foi limitado. Com resultados mistos, o relatório de empregos não-agrícolas ficou abaixo do esperado, apontando para a criação de 661.000 empregos nos Estados Unidos ante expectativa de 850.000 novos postos. Por outro lado, o relatório de empregos privados superou as estimativas, ficando em 877.000, o que contribuiu para a redução da taxa de desemprego de americana 8,4% para 7,9%.

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