São Paulo - O dólar interrompia a sequência de cinco baixas consecutivas nesta sexta-feira, mantendo distância do patamar de 1,65 real diante da possibilidade de uma intervenção do governo no câmbio.

Às 10h58, a moeda norte-americana tinha variação positiva de 0,06 por cento, a 1,659 real. Nas últimas cinco sessões, o dólar teve queda de 1,7 por cento.

O nível de 1,65 real é considerado pelo mercado como uma espécie de "piso informal" para o dólar, após sucessivas intervenções do governo perto desse patamar. Nos últimos sete dias, o Banco Central tem feito somente um leilão de compra de dólares no mercado à vista.

"O mercado já caiu a um patamar onde começa a ter a lembrança de uma eventual medida do Banco Central, então acaba segurando um pouco por enquanto", disse José Carlos Amado, operador de câmbio da corretora Renascença.

"A tendência do dólar é de queda, mas por outro lado tem a sombra do governo", completou.

De acordo com dados do Banco Central, a entrada de capitais no país já alcança 34,660 bilhões de dólares no ano até o dia 18 de março, mais de 10 bilhões de dólares acima do fluxo positivo registrado em todo o ano de 2010.

Amado também associou a ligeira alta do dólar no Brasil à valorização da moeda no mercado internacional, apoiada nas preocupações com a situação de Portugal após a queda do governo. Em relação a uma cesta com as principais divisas, o dólar tinha alta de 0,33 por cento.