Dólar passa a cair ante real com expectativa de vitória de Temer
A expectativa dos investidores já era de esse processo seja barrado pelos parlamentares
Reuters
Publicado em 2 de agosto de 2017 às 13h54.
Última atualização em 2 de agosto de 2017 às 13h54.
São Paulo - O dólar anulou a alta vista mais cedo e caía ante o real nesta quarta-feira, após os sinais de que o presidente Michel Temer deve conseguir barrar a denúncia por corrupção com boa vantagem na Câmara dos Deputados, trazendo mais confiança aos investidores de que as reformas econômicas devem voltar à pauta em breve.
Às 13:24, o dólar recuava 0,21 por cento, a 3,1195 reais na venda, já tendo batido 3,1145 reais na mínima do dia. O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,30 por cento.
"Que a denúncia seria barrada, já estava no preço. Agora, parece que vai ser muito rápido e com um bom placar. Isso é boa notícia para as reformas", disse o operador da corretora BGC Liquidez José Alexis Braga.
Além de já ter conseguido quórum para iniciar os trabalhos na Câmara dos Deputados, o governo já conseguiu aprovar com 292 votos o requerimento para encerrar as discussões, abrindo efetivamente o caminho para votar a denúncia.
Os deputados votarão a permissão, ou não, para que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida se dá andamento à denúncia contra Temer, gerada após delações de executivos do grupo J&F.
A expectativa dos investidores já era de esse processo seja barrado pelos parlamentares. A grande preocupação é com o andamento da reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas do país em ordem, no Congresso Nacional. Se Temer conseguir mostrar mais força política para barrar a denúncia, a expectativa é de que ele se volte para as reformas.
Mas as tensões no mercado não devem desaparecer totalmente porque outras denúncias contra o presidente podem ocorrer, já que Temer também é investigado por crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa.
"Os investidores estarão atentos ao placar de votos, que servirá de termômetro para a agenda de reformas do governo", afirmou mais cedo o analista de câmbio da Correparti Corretora, Guilherme França Esquelbek.