Mercados

Dólar interrompe 5 sessões de ganhos após discurso de Yellen

O volume de negócios totalizava US$ 1,247 bilhão por volta das 16h30


	Dólar: no fim dos negócios, o dólar fechou com queda de 1,39%, a R$ 2,8340
 (Flickr/Creative Commons/401kcalculator.org)

Dólar: no fim dos negócios, o dólar fechou com queda de 1,39%, a R$ 2,8340 (Flickr/Creative Commons/401kcalculator.org)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2015 às 17h14.

São Paulo - O dólar interrompeu cinco sessões de alta nesta terça-feira, 24, e fechou com a maior queda porcentual ante o real em um único dia desde 8 de janeiro, após a presidente do Federal Reserve (Fed), Janet Yellen, frustrar expectativas, reafirmando a postura de relaxamento monetário da instituição.

No fim dos negócios, o dólar fechou com queda de 1,39%, a R$ 2,8340.

O volume de negócios totalizava US$ 1,247 bilhão por volta das 16h30.

No mercado futuro, o dólar para março recuava 1,56%, a 2,8390.

O dólar abriu a sessão em alta, alinhado aos ganhos ante outras divisas no exterior, em meio a expectativas antes do depoimento de Yellen, no Congresso dos EUA, e incertezas com a reunião do Eurogrupo sobre a dívida grega.

No entanto, a moeda perdeu força e passou a cair, refletindo a notícia divulgada na noite de ontem de que o PMDB apoiou as medidas provisórias que endurecem o acesso a benefícios trabalhistas, como o abono salarial e o seguro-desemprego, e adiou a votação do veto da presidente Dilma Rousseff à proposta de reajuste de 6,5% da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para 2015, que seria votada hoje.

No início da tarde, o dólar acentuou as perdas e passou a renovar mínimas na sessão, durante o discurso de Yellen no Congresso americano.

Ela frustrou as expectativas dos que esperavam um discurso mais favorável à alta dos juros.

A dirigente explicou que a palavra "paciente", que vem sendo utilizada pela instituição, significa manutenção de juros pelos próximos encontros.

Segundo Yellen, a política monetária altamente acomodatícia permanece apropriada, por enquanto.

Antes do aperto, entretanto, Yellen ressaltou em seu depoimento que o banco central deve retirar a expressão do comunicado.

A próxima reunião de política monetária do Fed ocorre em 17 e 18 de março e dirigentes estão preocupados que, quando remover a referência "paciente" de sua declaração de política monetária, os investidores possam acreditar que aumentos da taxa são iminentes.

Entre os destaques da agenda doméstica de indicadores estavam os dados de inflação e das transações correntes.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA-15 subiu 1,33% em fevereiro, no resultado mais elevado desde fevereiro de 2013 (+2,19%).

Em janeiro, o índice teve alta de 0,89%.

O resultado ficou acima da mediana das estimativas, de aumento de 1,30%, e dentro do intervalo previsto, com taxa entre 1,21% e 1,38%.

O Banco Central informou hoje que as transações correntes do Brasil registraram déficit de US$ 10,654 bilhões em janeiro, resultado próximo da mediana das estimativas de déficit de US$ 10,9 bilhões.

Já o Investimento Estrangeiro Direto (IED) somou US$ 3,968 bilhões no primeiro do ano, superando a mediana das projeções de US$ 3,450 bilhões.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarMoedas

Mais de Mercados

Payroll, repercussão de balanços das big techs e produção industrial no Brasil: o que move o mercado

Mercado amanhece tenso e ações no Japão têm pior dia desde 2016

Amazon 'culpa' Olimpíadas por trimestre mais fraco em vendas

Dólar fecha em R$ 5,73, maior valor em mais de dois anos: pessimismo com Copom impactou a divisa

Mais na Exame