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Dólar fecha com leve alta com cautela e após atuação do BC

Na noite passada, o BC anunciou que voltaria a intervir no mercado de câmbio nesta sessão, por meio da oferta de contratos de swaps cambiais tradicionais

Dólar: "A atuação do BC foi perfeita", destacou o sócio da Omnix Corretora, Vanderlei Muniz, acrescentando que o cenário interno ainda preocupava (Foto/Thinkstock)

Dólar: "A atuação do BC foi perfeita", destacou o sócio da Omnix Corretora, Vanderlei Muniz, acrescentando que o cenário interno ainda preocupava (Foto/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 2 de dezembro de 2016 às 17h32.

São Paulo - O dólar terminou a sexta-feira com leve alta, após o Banco Central ter voltado a atuar no mercado câmbio e o salto de quase 2,5 por cento na véspera, mas com os investidores ainda cautelosos com a situação política doméstica.

O dólar avançou 0,12 por cento, a 3,4726 reais na venda, maior patamar desde 14 de junho (3,4800 reais). O dólar futuro tinha ligeira alta de 0,10 por cento no final da tarde.

A moeda norte-americana acumulou na semana 1,73 por cento de alta, segunda valorização seguida.

"A atuação do BC foi perfeita", destacou o sócio da Omnix Corretora, Vanderlei Muniz, acrescentando que o cenário interno ainda preocupava e pesaria no mercado.

Na noite passada, o BC anunciou que voltaria a intervir no mercado de câmbio nesta sessão, por meio da oferta de contratos de swaps cambiais tradicionais, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro e ajudam a conter a alta da moeda norte-americana.

A autoridade monetária vendeu a oferta integral de 15 mil contratos de swaps para a rolagem do vencimento de 2 de janeiro, equivalente a 5 bilhões de dólares. Se o BC mantiver essa mesma atuação e vender integralmente os swaps, encerrará a rolagem em sete leilões.

"Ao chamar o leilão agora, o BC sinalizou que não quer mais muito preço do que já está no mercado", destacou Muniz.

A última vez que o BC tinha atuado no mercado foi em 22 de novembro, quando concluiu a rolagem dos swaps que venceram de dezembro.

A cena política brasileira voltou a ser motivo de temores junto ao mercado após a queda de mais um ministro (Geddel Vieira Lima, ex-ministro da Secretaria de Governo) de Michel Temer na semana passada por denúncias e o desentendimento entre Judiciário e Legislativo após a desconfiguração das medidas anticorrupção.

Todos esses embates podem dificultar a aprovação de importantes medidas econômicas do governo no Congresso Nacional. Além disso, há preocupação com o conteúdo das delações de executivos da Odebrecht.

A proximidade do final de semana, para quando estão previstas manifestações populares no Brasil, manteve os investidores atentos e levou a moeda norte-americana a rondar a estabilidade na reta final da sessão.

"O swap segurou a alta da moeda hoje. Mas a cautela com exterior e o doméstico levaram o investidor a se prevenir", comentou um operador de câmbio de uma corretora doméstica.

No final de semana, haverá referendo sobre reforma constitucional na Itália, pesando sobre o cenário externo porque pode desencadear nova incerteza política.

Os italianos votam as reformas do primeiro-ministro Matteo Renzi, com pesquisas de opinião mostrando que o voto no "Não" estava confortavelmente na liderança, levantando preocupações de que Renzi poderia renunciar.

Mas algumas pesquisas feitas nesta semana indicaram que a campanha do "Sim" estava diminuindo a diferença.

 

 

Também na cena externa, os investidores estarão de olho nos próximos passos do Federal Reserve, banco central norte-americano.

Mais cedo, foi divulgado que os Estados Unidos criaram 178 mil vagas de trabalho em novembro, acima do esperado, mas com queda da renda do trabalhador no período.

Os números reforçaram as expectativas de que o Fed vai elevar os juros neste mês, com os juros futuros de curto prazo nos Estados Unidos precificando pelo menos mais uma alta em 2017.

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