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Dólar fecha a R$3,31 diante de temores com cena política

O movimento acabou rompendo o teto informal de R$ 3,30 que vinha guiando o mercado após a crise política do governo Temer

Dólar: "Ainda é cedo para dizer que o intervalo de 3,25 a 3,30 ficou para trás. Estamos vivendo dias de estresse" (Antonistock/Thinkstock)

Dólar: "Ainda é cedo para dizer que o intervalo de 3,25 a 3,30 ficou para trás. Estamos vivendo dias de estresse" (Antonistock/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 12 de junho de 2017 às 17h34.

São Paulo - Pela segunda sessão seguida, o dólar fechou em alta nesta segunda-feira, indo ao patamar de 3,31 reais, diante de temores dos investidores com a cena política brasileira e o andamento das reformas no Congresso Nacional.

O movimento acabou rompendo o teto informal de 3,30 reais que vinha guiando o mercado após a crise envolvendo o governo do presidente Michel Temer ter eclodido.

O dólar avançou 0,59 por cento, a 3,3115 reais na venda, depois de acumular alta de 1,15 por cento na semana passada.

Na máxima do dia, a moeda norte-americana atingiu 3,3278 reais, maior cotação intradia desde 19 de maio (3,3471 reais). O dólar futuro subia cerca de 0,50 por cento no final da tarde.

"Ainda é cedo para dizer que o intervalo de 3,25 a 3,30 ficou para trás. Estamos vivendo dias de estresse. Depende do noticiário político", disse o gerente de câmbio do banco Ourinvest, João Marcelo Costa.

O novo desafio para o governo do presidente Michel Temer passa pelo PSDB agora. O partido se reúne nesta tarde para definir se continua na base governista depois que Temer foi absolvido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na sexta-feira.

Principal parceiro do governo, o PSDB deverá manter o apoio a Temer com "condicionantes", na avaliação de importantes quadros da legenda ouvidos pela Reuters, como o não surgimento de fatos novos que venham a inviabilizar a gestão do peemedebista.

O mercado também trabalhou com a expectativa de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, possa denunciar Temer no Supremo Tribunal Federal (STF), onde o presidente já é investigado por crime, entre outros, de corrupção passiva.

Outro motivo de cautela do mercado foram eventuais desdobramentos da denúncia de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pode ter sido acionada por Temer para vasculhar a vida do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF.

No final de semana, a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, fez duras críticas à possibilidade de espionagem contra Fachin e classificou a denúncia como "gravíssimo crime".

"O mercado está enxergando que não é tão interessante ficar vendido em dólar. Há o temor de Temer ficar mais preocupado em se segurar no cargo do que em governar", comentou o operador de câmbio de uma corretora nacional.

O Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de até 8,2 mil swaps cambiais tradicionais --equivalente à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem julho. Com isso, já rolou 2,050 bilhões de dólares do total de 6,939 bilhões de dólares que vence no mês que vem.

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