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Dólar fecha a R$ 4,10 e Bolsa avança com força pelo 2º dia

Ajudado pelos bancos, Ibovespa encerrou a sessão em alta de 1,03%; entenda o que puxou o bom humor dos mercados

Mercado local tem segundo dia de calmaria após forte volatilidade em agosto. (paulo whitaker/Reuters)

Mercado local tem segundo dia de calmaria após forte volatilidade em agosto. (paulo whitaker/Reuters)

TL

Tais Laporta

Publicado em 5 de setembro de 2019 às 17h41.

Última atualização em 5 de setembro de 2019 às 18h09.

Após duas sessão de baixa, o dólar encerrou em leve alta frente o real nesta quinta-feira (5). O dia foi marcado por otimismo diante da notícia de que Estados Unidos e China vão retomar as negociações comerciais. Também ajudou a percepção de que o pior do contágio da crise argentina já passou. A moeda fechou em ligeira alta de 0,11%, negociada a 4,1098 reais na venda.

As duas maiores potências econômicas concordaram nesta quinta em fazer negociações comerciais de alto nível no início de outubro, em Washington, em meio a temores de que uma crescente guerra comercial desencadeie uma recessão global. A notícia elevou o ânimo dos investidores, que voltaram a considerar a possibilidade de algum tipo de acordo entre os dois países, como a suspensão de tarifas por um tempo.

"É o segundo dia de boas notícias no cenário externo, e o mercado tende a ficar um pouco mais positivo. No entanto, é necessário considerar que ainda há uma ponta de incerteza, e isso acabou pressionando ao final do pregão", afirmou à Reuters Alvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais.

Para Bandeira, o real sofreu leve pressão da Argentina. O candidato presidencial de centro-esquerda, Alberto Fernández, disse nesta quinta que seu governo honrará as dívidas do país caso seja eleito, mas não às custas da população.

Apostas para o câmbio mudam de direção

Estrategistas do Citi passaram a apostar na queda do dólar ante o real. Para os profissionais, o real teve reação limitada à reestruturação da dívida e da imposição de controle de capitais no vizinho latino-americano.

A moeda brasileira pode ganhar força também pela expectativa das privatizações e venda de ativos que devem ocorrer no quarto trimestre no Brasil. Em agosto, contudo, o dólar saltou 8,51%, maior alta mensal desde setembro de 2015 (9,33%). A disparada levou algumas instituições a revisar para cima as estimativas para o dólar.

Na segunda, o Goldman Sachs elevou as projeções para o dólar em relação ao real ao fim de três, seis e 12 meses, devido à crise na Argentina, à desaceleração do crescimento global e a perspectivas de mais cortes de juros pelo Banco Central. Na semana passada, o Morgan Stanley já havia aumentado as projeções para o dólar para os próximos trimestres, passando a ver a moeda em 4,15 reais ao fim de setembro.

Pela Argentina, incertezas externas e chance de cortes de juros, analistas consultados pela Reuters previram que o real deverá continuar em patamares fracos nos próximos meses.

Ibovespa sobe mais de 1%, puxado por bancos

Enquanto isso, o índice que agrega as principais ações da bolsa brasileira avançou pelo segundo dia seguido. O Ibovespa fechou em alta de 1,03%, a 102.243 pontos. O movimento foi puxado pelos bancos, que possuem forte peso no indicador.

Além da trégua nas tensões, fortes dados econômicos aliviaram temores de desaceleração nos EUA. A bolsa brasileira também reagiu à aprovação do parecer do relator do Senado para a Reforma da Previdência e declarações do presidente do Banco Central mais positivas sobre crescimento no último trimestre do ano.

Além disso, o presidente Jair Bolsonaro voltou atrás e defendeu que seja preservado o teto de gastos públicos, afirmando que ceder nesta questão seria "abrir uma rachadura no casco do transatlântico". Anteriormente, declarações por flexibilizar o teto geraram mal estar entre os defensores do pacto fiscal.

A ação preferencial do Itaú Unibanco (PN) subiu quase 3%, enquanto Bradesco avançou 2,31%. Banco do Brasil teve alta de 3,49%, Santender valorizou 2,82%

Na mesma toada, as bolsas americanas avançaram com força. O índice Dow jones fechou em alta de 1,41%, a 26.727,40 pontos. O S&P 500 subiu 1,30%, para 2.975,95 pontos, enquanto o Nasdaq Composto avançou 1,75%, para 8.116,83 pontos.

Em relatório recente, a equipe da Verde Asset Management afirmou que tem visto mais oportunidades de aumentar do que diminuir o risco dos portfólios. "Mas a complexidade do ambiente nos mantém permanentemente de sobreaviso", ponderou a equipe do gestor Luis Stuhlberger.

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