Dólar: moeda encerrou dezembro em queda de 4,06% (foto/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 29 de dezembro de 2016 às 17h36.
Última atualização em 29 de dezembro de 2016 às 19h23.
São Paulo - O dólar acumulou em 2016 a maior queda frente ao real em sete anos. Num ano de troca de governo no Brasil, a divisa norte-americana saiu de níveis próximos de R$ 4,00 em janeiro para fechar a sessão desta quinta-feira, 29, em R$ 3,25.
No mercado à vista, a moeda contabilizou baixa de 17,88% em 2016, aos R$ 3,2521. Já a taxa Ptax perdeu 16,54%, aos R$ 3,2591. Os recuos acumulados frente ao real foram os mais acentuados desde 2009, quando o dólar à vista perdeu 25,35% e a Ptax, 25,49%.
Diversos fatores contaram para toda essa variação, desde o impeachment de Dilma Rousseff até as propostas de ajuste fiscal do governo Michel Temer, que hoje ainda ajudaram a desvalorizar um pouco mais o dólar. Lá fora, entretanto, o ano foi de surpresas com a decisão britânica de sair da União Europeia e a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, que impediram uma baixa ainda maior.
Ainda que notáveis, as variações não conseguiram compensar os avanços em 2015: de 48,93% no mercado à vista e 47,01% na Ptax.
Para 2017, a previsão de grande parte do mercado é de dólar para cima. Entre os fatores que podem sustentar a moeda, estão incertezas com o novo governo norte-americano, elevação de juros nos Estados Unidos e a ritmo de redução da Selic no Brasil. O tamanho desse movimento, apontaram especialistas, dependerá das reformas do governo de Michel Temer, principalmente as regras previdenciárias.
A despeito das novidades no ano, a última sessão de 2016 no mercado doméstico de câmbio foi tranquila e acompanhou o recuo do dólar no exterior. Por aqui, o movimento se refletiu numa baixa de 0,77% nesta quinta-feira no mercado à vista, influenciado também pela entrada de recursos no País. O volume de negócios hoje somou US$ 2,876 bilhões, de acordo com dados registrados na clearing da BM&F Bovespa.
A taxa Ptax, por sua vez, caiu 0,56%. Já o dólar futuro para fevereiro, o mais líquido, terminou o dia em queda de 0,98%, aos R$ 3,2800, com giro de US$ 11,029 bilhões.