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Dólar em alta após Mantega sinalizar mudança no IOF

No balcão, o dólar à vista fechou na máxima, com alta de 0,44%, a R$ 2,0720

O PIB da primeira potência econômica mundial alcançou oficialmente os 15,09 trilhões de dólares em 2011 (AFP)

O PIB da primeira potência econômica mundial alcançou oficialmente os 15,09 trilhões de dólares em 2011 (AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2012 às 17h42.

ão Paulo - O dólar encerrou esta quarta-feira em alta, em direção oposta ao movimento da divisa no exterior em grande parte do dia, com o mercado testando a tolerância do Banco Central em relação à valorização da moeda norte-americana e adicionando pressão para que o governo desfaça as medidas que contribuíram para o início da depreciação do real, principalmente a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Na sessão desta quarta-feira, para puxar a cotação do dólar, os agentes financeiros encontraram fôlego nas declarações do Ministro da Fazenda, Guido Mantega. Incertezas em relação à Grécia, com a proximidade das eleições no país, devem reforçar a valorização do dólar nos próximos dias, afirmaram estrategistas.

Em entrevista ao jornal O Globo, Mantega afirmou que, se houver agravamento da crise, o governo pode retirar algumas medidas adotadas quando o real estava se valorizando. O IOF sobre empréstimos no exterior com prazo inferior a cinco anos estaria no topo da lista.


No balcão, o dólar à vista fechou na máxima, com alta de 0,44%, a R$ 2,0720. Na mínima, o dólar foi a R$ 2,0540. Em grande parte do dia, a moeda norte-americana recuou ante moedas de importantes exportadores de commodities, mas também inverteu o sinal ao final da tarde em relação a estas divisas, ainda que tenha permanecido em declínio frente a uma cesta das principais moedas globais. Na BM&F, o dólar spot encerrou a R$ 2,0708, em avanço de 0,33%. O giro financeiro total somava US$ 1,659 bilhão perto das 16h30 (US$ 1,416 bilhão em D+2). Há pouco, o dólar para julho estava em R$ 2,076, com leve alta de 0,02%.

A moeda abriu em queda, em linha com o desempenho no exterior, mas inverteu sinal no início da tarde. Para agentes financeiros está mais do que na hora de desfazer as medidas que enfraqueceram o real. Um operador diz que o mercado está "chamando" o BC para a realização de swap cambial, que equivale à venda de dólares no mercado futuro. "Mais que isso, o BC tem reservas para atuar no à vista, e o mercado está pressionando para isso", afirmou.

Nesta quarta-feira dados do BC mostraram que o fluxo cambial ficou positivo em US$ 843 milhões em junho até o dia 8. A conta financeira foi responsável pela entrada líquida de US$ 1,127 bilhão nos primeiros dias deste mês. O segmento comercial teve saída de US$ 284 milhões. No acumulado de janeiro a 8 de junho, o fluxo cambial segue positivo em US$ 23,468 bilhões.

No exterior, dados da economia norte-americana sinalizam perspectiva mais enfraquecida para o crescimento dos Estados Unidos. Como resultado, o euro avançou ante o dólar. Estrategistas argumentam que há nervosismo no mercado internacional em relação às eleições na Grécia neste final de semana e o risco de uma saída desordenada da zona do euro. Por conta disso, volatilidade deve ser a tônica nos próximos dias.

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